Problema está no folículo capilar, que se encolhe com o passar do tempo
ANNE EISENBERG
Nova York, EUA. Poucas coisas afetam o humor dos homens como a visão de uma "entrada" capilar no reflexo do espelho. Adeus, querida juventude, e olá, calvície masculina. Os culpados por esse desenrolar desagradável da vida adulta são os folículos capilares. Esses pequenos buracos no couro cabeludo se encolhem com o tempo, dependendo da genética e da presença de testosterona, e acabam produzindo não mais mechas cheias de vida, mas fios que ficam cada vez mais finos, quase chegando à espessura dos fios da casca de um pêssego.
Recentemente, porém, para a alegria dos homens que ainda não ficaram completamente calvos, um médico que passou várias décadas estudando as características traiçoeiras dos folículos capilares pode ter descoberto uma nova forma de frear esse processo.
George Cotsarelis, professor e chefe do departamento de dermatologia na Escola Perelman de Medicina, na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, identificou uma molécula chamada prostaglandin D2 que inibe o crescimento dos fios de cabelo no folículo. Sua equipe de pesquisadores também identificou o receptor na célula onde o problema acontece, transformando-o em um alvo identificado para futuras terapias contra calvície masculina.
Tratamentos concentrados especificamente neste receptor já estão engatilhados, desenvolvidos por empresas farmacêuticas que tratam doenças relacionadas a alergias, segundo Luis Garza, médico e autor do estudo que anunciou a descoberta, publicado na revista científica "Science Translational Medicine".
"O receptor já é um alvo para tratamentos contra outras doença", explica. "O importante é que podemos usar esses outros medicamentos que estão sendo desenvolvidos para tratar a calvície masculina".
Remédios. Nos EUA, cerca de dez medicamentos que se concentram no receptor estão passando por testes clínicos para tratar doenças alérgicas, segundo o médico.
Garza, que se juntou ao laboratório de Cotsareli há seis anos, ajudando-o nas pesquisas sobre a calvície, atualmente trabalha como professor adjunto no departamento de dermatologia da Universidade de John Hopkins, nos Estados Unidos.
Desmond J. Tobin, professor de biologia celular e diretor do Centro de Ciências da Pele da Universidade de Bradford, no Reino Unido, afirmou que a descoberta é bem-vinda. "Definitivamente precisamos de uma nova abordagem para o problema da calvicie", acrescentou o professor.
Traduzido por Luiza Andrade
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