Nações ocidentais também restringem, mas de forma sutil, diz cientista político
HELOÍSA MENDONÇA

Ocidente. Segundo Gonçalves, formas de controle da web também ocorrem nos países ocidentais, mas de maneira mais sutil. "É um lado invisível. Bush autorizou um forte método de vigilância depois do 11 de Setembro, que na época teve pouca repercussão, mas os serviço de inteligência estava autorizado a controlar e vigiar a web. E não é apenas o Estado. Grandes corporações também trabalham com essa vigilância já que têm interesses de mercado e dominam a tecnologia", afirma.
Internet bloqueada
Birmânia: antes das eleições de novembro de 2010 – a primeira em 20 anos –, censuradores recorreram à repressão em massa, intimidações e ataques cibernéticos para reduzir o risco de uma cobertura negativa. O monitoramento está agora no seu auge.
China: o governo chinês, preocupado com o fato de que o dissidente Liu Xiaobo foi agraciado com o Nobel da Paz e com medo dos efeitos das revoluções da Primavera Árabe, reforçou drasticamente o controle sobre a web, a fim de mudá-la de um meio de protesto para uma ferramenta de controle político.
Cuba: o regime cubano, mais cauteloso com os blogueiros que com os dissidentes tradicionais, decidiu expandir sua presença online para combatê-los. Duas redes paralelas coexistem na ilha: uma rede internacional e uma intranet cubana monitorada.
Irã: o país intensificou a repressão e a vigilância online nos últimos tempos, particularmente nos períodos de agitação e manifestações, durante os quais as autoridades têm causado propositalmente lentidão e desconexões da internet. Vários internautas foram condenados à morte.
Coreia do Norte: ela está literalmente cortada do mundo, e a sua internet não é exceção. A web é acessível apenas a uma pequena minoria. Ela é garantida somente através de um link
de satélite para estrangeiros com base em servidores.
Arábia Saudita: um sistema estrito de filtragem é aplicado em qualquer conteúdo que as autoridades julguem "moralmente censurável". Sites que discutem questões religiosas, de direitos humanos ou os pontos de vista da oposição também são bloqueados.
Síria: a nova lei de mídia reforçou a censura que tem tentado desencorajar as mensagens sobre a queda dos regimes nas revoluções da Primavera Árabe. Donos de cibercafés devem manter os dados pessoais dos visitantes e uma lista de sites visitados.
Turcomenistão: o governo tem freado o recen-te crescimento da web e continua praticando a censura generalizada. Sua aquisição monopolista do mercado de telefonia celular tem permitido reforçar seu controle sobre a comunicação.
Uzbequistão: o Estado ainda busca prevenir a disseminação de informações e de esforços para iniciar uma sociedade civil. A comunidade internacional parece mais determinada em
fazer concessões do que realmente exercer qualquer pressão real sobre o país em virtude
do vasto potencial energético do país. ...
Vietnã:o 11º Congresso do Partido Comunista deste ano marcou o início de uma abordagem mais linha-dura por parte do regime com seus críticos. Houve uso maciço de ciberataques para silenciar dissidentes. "Blogar" se tornou uma atividade perigosa no país.
Comentários
Postar um comentário