Coleta Seletiva urgente


A conscientização familiar é a primeira prioridade para quem se preocupa com educação ambiental ou sustentabilidade. A preservação do planeta para as futuras gerações passa, necessariamente, pela fomentação de políticas de alcance social para o completo entendimento da comunidade sobre a questão do lixo. A necessidade dessa conscientização é urgente à medida que as alterações climáticas se acentuam, provocando diversos desastres ambientais. 
Definitivamente, a coleta seletiva é uma das medidas mais eficazes para aliviar o impacto ambiental de lixões e aterros sanitários. Entretanto, o Brasil é um país que utiliza muito pouco essa possibilidade, que, além de diminuir o impacto ambiental, pode gerar emprego e renda para milhares de pessoas. 
No ano passado, conforme estudo da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), somente 57% dos resíduos urbanos tiveram destinação ambientalmente adequada. Em Belo Horizonte, também registramos outro dado alarmante: cerca de 30% das 4.000 toneladas de lixo recolhidas, diariamente, podem ser recicláveis, como papel, plástico, metal e vidro. Porém, apenas 1,96% desse material é reciclado.
A cada dia, os brasileiros produzem 150 mil toneladas de lixo, das quais 40% são despejadas em aterros a céu aberto. A destinação correta ainda é um problema que afeta a maioria das cidades, uma vez que apenas 8% dos municípios brasileiros adotam programas de coleta seletiva. Na capital, 30 bairros já têm esse atendimento da prefeitura, ou seja, cerca de 354 mil pessoas dos 2,3 milhões de habitantes. Contudo, nos últimos anos, a geração de lixo em Belo Horizonte cresceu 22% e a cidade só possui nove galpões de coleta seletiva e cem postos de entrega voluntária, os chamados LEVs. A previsão do Executivo é que o alcance da coleta seletiva na cidade aumente em 20% até a Copa do Mundo de 2014. Mas isso ainda é pouco. 
Estamos propondo alternativas com o Projeto de Lei nº 1.482/11, que dispõe sobre a obrigação dos prédios com mais de 20 unidades habitacionais ou com área superior a 750 metros quadrados a manterem um sistema próprio para coleta seletiva. A medida ajudará a melhorar a conscientização da população, partindo do núcleo familiar, com expansão para a vizinhança e, enfim, toda a cidade. A partir da mudança de hábito de cada família, será, certamente, muito mais fácil promover ações que resultem num meio ambiente mais equilibrado.
Ainda em fase de apreciação nas comissões em 1º turno na Câmara Municipal, também está o PL nº 1.482/11, cujo objetivo é garantir um acondicionamento do lixo orgânico e reciclável em embalagens ou recipientes separados. Essa outra proposta facilita a destinação dada aos detritos, assim como permite que o resíduo passível de reciclagem não seja desperdiçado. 
Os projetos ampliam o segmento de empresas com foco de atuação na reciclagem, contribuindo para também incrementar a geração e renda no município e a qualidade de vida de todos.

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