Levantamento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostra que, no Brasil, existiam nesta semana cerca de 12,5 mil focos de queimadas, principalmente em Mato Grosso, Estado com o maior número de focos de incêndio (4.126). O Pará ocupa o segundo lugar do ranking, com 3.458 registros de incêndio. O número de queimadas tende a aumentar por conta da presença de uma grande e forte massa de ar seco que vai bloquear o avanço de uma frente fria no Sul do Brasil.
Ainda de acordo com o instituto, de três focos de incêndio registrados hoje na América do Sul, dois acontecem em território brasileiro. O segundo e terceiro lugar são ocupados por Bolívia e Argentina, respectivamente. A meteorologista especialista em queimadas do Inpe Raffi Agop explica que o tamanho do país e a maior atividade e desenvolvimento agrícola ajudam a criar esse cenário. Com o vento, também característico do inverno, os focos de incêndio se espalham com muito mais facilidade.
"Ainda há uma forte cultura de uso da queimada para “limpar” o solo. Até por isso ela é proibida nos meses mais secos, em agosto e setembro, mas muitos agricultores ainda utilizam essa técnica. No cerrado, as chances de o fogo sair do controle e se espalhar são muito maiores".
A baixa umidade do ar e o consequente aumento de queimadas neste ano também provocaram a piora da qualidade do ar nos Estados de Mato Grosso, Tocantins, Pará, Rondônia e Amazonas. Segundo o Inpe, a concentração de monóxido de carbono (CO) na atmosfera em agosto foi até 20 vezes maior que no início do ano nessas regiões.
O aumento da quantidade do gás na atmosférica pode trazer uma série de problemas como doenças respiratórias, agravamento de quadro alérgico e rinite. A concentração de CO aumenta também a mortandade, particularmente de crianças e pessoas idosas.
Fonte: Jornal Hoje em Dia
Fernando Gazzaneo, do R7 - 24/08/2010 - 19:51
Comentários
Postar um comentário