Woodstock e o ano de 1969 representam o auge e o colapso do sonho hippie

 O cinquentenário festival é o último respiro da "geração paz e amor"

Woodstock carrega uma dualidade interessante. Se o festival é visto como o auge e, de certa forma, a síntese da contracultura nos anos 60 nos Estados Unidos, além de ponto de encontro de ideias, questionamentos e anseios, ele também é tido como o marco do último respiro da chamada “geração paz e amor”. A partir dali, as coisas seriam bem diferentes, e o ano de 1969 pode ser lembrado como a morte do sonho hippie.

“Woodstock é o auge e, ao mesmo tempo, o início do fim de uma era. A utopia vai ruindo, vira algo distópico, e acontecimentos mostram que aquele momento havia entrado em crise”, afirma o historiador José Adriano Fenerick.

Uma semana antes de meio milhão de pessoas se reunirem para ver Joe Cocker eternizar uma belíssima versão de “With a Little Help from My Friends”, dos Beatles, a seita formada por Charles Manson assassinou brutalmente nove pessoas em duas noites. Entre as vítimas estava a atriz Sharon Tate, grávida de oito meses do diretor de cinema Roman Polanski. 

Um certo clima de paranoia causada por uma viagem errada de ácido já tomava conta de 1969 e causava uma ressaca antes mesmo de a década terminar. A covarde ofensiva norte-americana no Vietnã continuava a todo vapor, e os Estados Unidos e a Europa passavam por turbulências sociais com a polícia reprimindo violentamente os movimentos estudantis. 

Outro sintoma de fim de década e esgotamento da contracultura foi o festival de Altamont, que reuniu 300 mil pessoas e foi organizado pelos Rolling Stones no autódromo da cidade, perto de São Francisco, em dezembro daquele ano. O que era para ser uma espécie de Woodstock da costa Oeste norte-americana se transformou em puro caos. 

Fonte: https://www.blogger.com/blog/post/edit/7896382098671248000/4868913074745772585



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