Gigantes da internet colocam as operadoras na defensiva

Executivo reclama de que clientes pagam duas vezes pelo mesmo app, na Apple e no Google


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Provocação. Samsung lançou o Galaxy S6 de alumínio e aproveitou para alfinetar a concorrente Apple
BARCELONA, ESPANHA. Organize o mais importante evento do setor, receba 85 mil convidados e faça um discurso unificado. Perfeita na teoria, a receita das empresas de telefonia exala cheiro de queimado nesta semana em Barcelona. O Mobile World Congress chega à décima edição em um momento particularmente delicado para seus promotores.
 
No front da legislação, as teles acabam de sofrer uma derrota importante nos Estados Unidos. A agência que regula o setor optou pela chamada neutralidade de rede, proibindo a existência de velocidades diferentes na internet, como defendiam as operadoras. “Os Estados Unidos estão trazendo legislação dos anos 30 para regular a banda larga”, reclamou Anne Bouverot, a diretora geral da GSMA, associação que congrega as teles, já na abertura do congresso, nesta segunda.

O presidente da Telefónica pediu ajuda governamental. “As teles precisam estar em equilíbrio com outros atores do mundo digital e elas estão em desvantagem, porque têm que investir muito”, afirmou César Alierta. Ele comanda uma empresa que teve 35% de queda no lucro no ano passado e fez o discurso de abertura.
Os quase R$ 10 bilhões de lucro da Telefónica superam os R$ 8,5 bilhões ganhos pela companhia do executivo que estava na outra ponta da agenda do congresso, fechando o primeiro dia: Mark Zuckerberg. Mas a questão é que o lucro do Facebook quase dobrou.
Não por acaso, boa parte das reclamações das teles concentrou-se na rede social. “O Facebook é um serviço de comunicação? Definitivamente é. Mas ele não é listado como tal quando você olha a lei. Esse modelo é disruptivo”, disse Timotheus Höttges, presidente da Deutsche Telekom.
No ano passado, as operadoras lançaram a ideia de uma identidade digital unificada, centralizada nos celulares – ou seja, sob seu controle. Desde então, conseguiram a adesão de apenas 16 operadoras em 13 países. Pouco, perto do avanço das empresas que dominam a identificação na internet. O Facebook aumentou em 13% seu número de usuários, com 1,39 bilhão de pessoas. Já o Gmail se tornou o primeiro aplicativo com 1 bilhão de downloads em sua loja do Google.
Batalha dos apps. Outra batalha até aqui perdida pelas teles é a das lojas de aplicativos, dominadas por Google e Apple, que detêm 96% do mercado de sistemas operacionais de celulares. Por ora as operadoras podem pouco mais do que fazer perguntas. “Por que não há portabilidade na vida digital? Como consumidor, eu tenho que pagar duas vezes pelo mesmo aplicativo (uma para o Google e outra para a Apple)”, afirmou o presidente da Vodafone, Vittorio Colao. Além disso, as teles não têm protagonismo no terreno dos pagamentos por meio do celular, um jogo dominado por fabricantes como a Apple e por operadoras de cartão de crédito como a Visa e a Mastercard.
Duelo pelos pagamentos com celular

BARCELONA. Samsung inaugurou uma nova área de disputa com a Apple. A companhia lançou uma plataforma de pagamentos para aparelhos móveis, a Samsung Pay. Segundo a empresa, deverá ter alcance maior que a da rival, Apple Pay, por não depender do NFC (tecnologia para transmissão de dados entre aparelhos próximos). O Apple Pay exige do lojista a instalação de um receptor.

O Samsung Pay conta com o sistema MST (transmissão magnética segura), que permitirá pagamentos em qualquer máquina de cartão. Basta liberar o telefone por meio da impressão digital e encostar o aparelho na lateral do leitor de cartões.

Xperia Z4
A Sony anunciou nesta segunda um tablet que visa competir com notebooks. O Xperia Z4 vem com o potente Snapdragon 810, processador topo de linha da Qualcomm, e com os apps do Microsoft Office. Além disso, tem teclado Bluetooth destacável. Para completar a experiência de um PC, o aparelho tem um acionador no canto esquerdo da tela que lembra o botão iniciar do Windows.

Galaxy S6
A Samsung revelou no Mobile World Congress a nova geração de seu principal smartphone, o Galaxy S. O S6 ganhou um novo design. A traseira apresenta a mudança de material, do criticado plástico para o alumínio, e as bordas lembram o iPhone. A transição rendeu uma alfinetada na Apple. “Esse não vai entortar”, disse a executiva Younghee Lee, numa referência ao iPhone 6 Plus.

Fonte: http://www.otempo.com.br/interessa/tecnologia-e-games/gigantes-da-internet-colocam-as-operadoras-na-defensiva-1.1002503

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