A sustentabilidade nas artes

A-G
O destino do lixo. Cena do documentário “Aterro”, de Marcelo Reis, que será exibido no Museu da Imagem e do Som de Belo Horizonte
A sustentabilidade, um tema tão caro aos dias atuais, chegou aos museus. O assunto norteia a 
“É preciso tratar disso dentro dos museus. Vivemos tempos de escassez, então é necessário que as pessoas pensem sobre economia de água e energia”, avalia Andrea Matos, superintendente de Museus e Artes Visuais da Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais.
Uma exposição com mais de 90 obras do desenhista José Octavio Cavalcanti é um dos destaques. Seu trabalho consiste em retratar em grafite paisagens urbanas e rurais. Um caminho possível ao espectador é enxergar ali uma crítica sobre conurbação e consumo consciente. No mesmo local, o coletivo Piseagrama, reconhecido grupo de pesquisa que tece uma crítica sobre cenários urbanos, e a pesquisadora Nisia Maria Duarte Furquim Werneck, ministram palestras que meditam sobre o assunto. “Queremos instigar as pessoas a pensar sobre a questão da degradação”, diz Andrea.
No interior, o Museu Casa Alphonsus de Guimaraens, em Mariana, atualmente fechado para uma reforma que foi paralisada, irá abrir especialmente para o evento. O espaço irá receber um sarau em homenagem ao escritor que nomeia a casa. Outra atração no interior que merece atenção é a premiada série “Sufocamento”, de Pedro David. O fotógrafo exibe seu comovente olhar sobre grandes áreas de reflorestamento de eucalipto que não respeitam a flora nativa, e deixa em situação de total agonia pequizeiros, ipês, jatobás e jequitibás do cerrado mineiro. Para Andrea, trata-se de um trabalho bastante pertinente para os tempos atuais. A mostra acontece em Cordisburgo.
A intenção dos organizadores é manter o número ascendente de visitantes aos museus durante os sete dias de duração do evento. Uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) em 2012 demonstrou um aumento de público nessas instituições durante a Semana, instituída em comemoração ao Dia Internacional dos Museus, celebrado no dia 18 de maio. “A adesão dos museus e essa inteiração em rede é bastante importante e significativa”, reflete a superintendente.
Algumas instituições foram muito além do horizonte de somente ofertar o acervo de suas mostras permanentes e se dedicaram com afinco a realmente colocar a sustentabilidade em pauta. Nesse sentido, foi bastante feliz a curadoria do Museu da Imagem do Som, que irá promover oficina de brinquedos com materiais reaproveitáveis, exibição do documentário “Aterro”, sobre mulheres pioneiras da reciclagem, e uma oficina de gestão de resíduos.
Os pesquisadores Carlos Alberto Mourthé Júnior, mestre em Ecologia, e Eugênio Batista Leite, biólogo e mestre em Educação, promovem palestra que visam levantar reflexões sobre os museus e seu potencial em contribuir para sociedades sustentáveis. “O museu precisa se firmar como um espaço educador sustentável, já que vivemos uma crise no setor sem precedentes”, avalia Leite. 
A questão da ecologia foi o tema escolhido pelos eventos que acontecem na Casa Kubitschek. Já a Fundação Zoo Botânica irá promover oficinas sobre o uso adequado da água no cultivo de alimentos orgânicos e a confecção de hortas em espaços alternativos.  
Minas adentro
No Estado, 189 instituições participam da Semana Nacional de Museus, 37 delas em Belo Horizonte.
Na capital, as atividades dividem-se entre os principais museus da cidade, como o Memorial Minas Gerais Vale e o Museu de Artes e Ofícios.
Fonte: www.otempo.com.br / www.museus.gov.br.

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