Guia brasileiro de Compostela

Livro oferece informações para os peregrinos de primeira viagem

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Peregrino. Daniel Agrela se valeu da experiência de duas idas ao Caminho de Santiago de Compostela para escrever um guia de ajuda para os brasileiros

O jornalista paulista Daniel Agrela, 32, tinha acabado de perder a sua mãe, em 2005, em um acidente, quando decidiu que era hora de fazer o caminho de Santiago de Compostela, peregrinação que, segundo dados da Catedral de Santiago, recebeu no ano passado 240 mil pessoas de cem países. com que eu deixasse de lado muitas coisas da minha vida. Vi que era hora de me afastar do problema. Morei na Irlanda por um ano e, lá, decidi fazer a rota. Percorrer o caminho de Santiago me ajudou muito a compreender melhor toda a situação, já que passei cerca de 30 dias refletindo intensamente ao caminhar. Trata-se de uma reflexão pura, sem interferências das coisas do dia a dia e problemas do trabalho”, relembra Daniel.
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Campo florido em Sierra del Perdón, por onde andou Agrela
Em 2010, ele refez o caminho, dessa vez com o olhar de repórter, com o objetivo de apurar todas as informações relevantes para os viajantes que nunca tinham estado lá. O resultado está em “O Guia do Viajante do Caminho de Santiago – Uma Vida em 30 Dias”.
 
“As informações disponíveis sobre o caminho são restritas. Embora haja muito conteúdo na internet, faltam orientação, relato pessoal, a experiência vivida. Quando pensei no livro, queria que o guia fosse junto dos viajantes, na mochila. Por isso, além de contar minha experiência, ele traz dicas para todos os dias de viagem, com indicações de onde comer, dormir, visitar e mapas topográficos de todas as etapas”, diz o jornalista.
 
O guia conta ainda com páginas em branco para que os peregrinos possam escrever suas próprias memórias de viagem. 
 
“Tenho notado que esse objetivo foi alcançado, pois recebo relatos de inúmeros brasileiros que fazem o caminho, do início ao fim, com o guia”, comenta Daniel. 
 
Ele nasceu em uma família católica, e toda a sua formação se baseia nessa religião, mas nunca foi praticante. “Fazer o caminho me ajudou muito a aprimorar minha espiritualidade, que não tem nada a ver com religião. Imagine quantas pessoas já passaram por ele. Todas elas, ao longo de mil anos, deixaram algo de bom por lá, deixaram suas boas energias. Caminhar onde muitos caminharam torna aquele ambiente especialmente espiritual. O Caminho de Santiago tem uma energia. É a energia das pessoas que lá estão ou que por lá passaram”, explica.
 
O jornalista diz que não considera o Caminho de Santiago uma viagem, mas um projeto de vida. “Quem decide fazê-lo terá a oportunidade única de conviver, por 30 dias, consigo próprio, em sua essência, sem interferências externas do nosso cotidiano. A única atividade que o viajante tem, durante esse período, é caminhar. Apenas. Sair de um ponto e chegar a outro no fim do dia”.
Excluindo gastos com passagem aérea, é possível fazer o Caminho de Santiago, ao longo de cerca de 30 dias, com 1.000.
Fonte: http://www.otempo.com.br/interessa/guia-brasileiro-de-compostela-1.1055544

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