ONU pede investigação sobre suposto ataque químico no país

Oposição diz que mais de 1.3000 pessoas foram mortas pelas forças de Assad na periferia de Damasco

Damasco, Síria. Os membros do Conselho de Segurança da ONU chegaram a um acordo e pediram por unanimidade uma investigação de forma independente e imediata sobre o suposto ataque com armas químicas que matou até 1.300 pessoas na Síria ontem. Muitas delas eram civis, mulheres e crianças.
Uma reunião de emergência do grupo foi convocada depois das novas denúncias de que o governo de Bashar al-Assad teria usado o armamento proibido contra civis nos arredores da capital Damasco. A Rússia, aliada do governo do presidente Bashar al-Assad, responsabilizou os rebeldes afirmando que há indícios de que oposicionistas tenham planejado a situação para minar as chances de negociações na próxima convenção de Genebra.
Em pronunciamento na TV estatal, o governo sírio negou as alegações.
Se a causa e o número de mortes forem confirmados, seria o maior uso conhecido de armas químicas desde que o líder iraquiano Saddam Hussein matou milhares de curdos na cidade de Halabja, em 1988.
Imagens postadas por ativistas mostravam dezenas de corpos, incluindo de crianças pequenas, alinhados no chão de uma clínica médica, sem sinais visíveis de ferimentos.
Ativistas disseram que foguetes com agentes químicos atingiram os subúrbios de Damasco de Ain Tarma, Zamalka e Jobar durante intenso bombardeio na madrugada de ontem pelas forças do governo.
“Muitas das vítimas são mulheres e crianças. Eles chegaram com suas pupilas dilatadas, membros frios e espuma na boca. Os médicos dizem que estes são sintomas típicos de vítimas de gás nervosos”, disse a enfermeira de um complexo emergencial Bayan Baker.
O chefe da Coalizão Nacional Síria, de oposição, disse que as forças de Assad haviam realizado um massacre: “Esta é uma oportunidade para (os inspetores da ONU) verem com seus próprios olhos este massacre e sabemos que este regime é criminoso”, disse Ahmed Jarba.

Inspetores da ONU. Reino Unido e França fizeram coro ao pedido de que os inspetores das Nações Unidas tenham acesso ao local do ataque. Segundo a oposição, bombardeios atingiram cinco subúrbios nos arredores de Damasco. Uma equipe da ONU chegou à Síria há três dias para investigar alegações passadas de uso de agentes químicos. “Estou profundamente preocupado com relatos de que centenas de pessoas, incluindo crianças, foram mortas em ataques aéreos e em um ataque com armas químicas em áreas controladas pelos rebeldes perto de Damasco”, disse o chanceler britânico, William Hague.

O presidente da França, François Hollande, ponderou que as informações da oposição precisam ser verificadas e confirmadas e insistiu que a ONU investigue o caso.

“Sentimos muito quanto à informação vinda da Síria; o presidente pede que a ONU vá ao local”, disse uma porta-voz do governo em um relatório semanal.

A Síria é um dos poucos países que não fazem parte do tratado internacional que proíbe armas químicas, e as nações ocidentais acreditam que tenham reservas não declaradas de gás mostarda, sarin e agentes nervosos.

Fonte: www.otempo.com.br

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