Abuso do salto alto enfraquece músculos



Uso contínuo pode prejudicar dos tornozelos à espinha 
Salto Alto
DA REDAÇÃO
No novo filme “Jurassic World” um detalhe fugiu ao olhar dos muitos críticos e também à realidade. A heroína foge de animais descontrolados usando sapatos de salto alto sem mexer um fio de cabelo ou torcer o tornozelo. Pesquisas sobre a biomêcanica de usar saltos, incluindo um novo estudo a respeito dos efeitos na força e no equilíbrio dos tornozelos, apontam que só mesmo a ficção para manter toda essa pose. O que usamos nos pés afeta de forma significativa a maneira como nossos corpos se movem.

As pessoas que correm descalças, por exemplo, têm mais propensão a colocar, a cada passada, primeiro a parte da frente dos pés no chão. Já as que usam tênis de corrida, normalmente, pisam primeiro com o calcanhar. Mas poucos calçados afetam a forma e o funcionamento dos pés tão drasticamente quanto os de salto alto. De acordo com uma recente avaliação de pesquisas sobre sapatos, andar de salto pode alterar a posição natural do conjunto pé-tornozelo e, assim, produzir uma reação em cadeia de efeitos que sobem dos membros inferiores pelo menos até a espinha.
Em um novo estudo, publicado no “The International Journal of Clinical Practice”, pesquisadores da Universidade Hanseo, da Coreia do Sul, avaliaram um grupo de jovens da instituição que estudam para se tornar comissárias de bordo e que precisam ir de saltos altos à escola porque terão que usá-los se forem contratadas por uma empresa aérea. A cada ano no curso, elas terão acumulado mais tempo de uso de sapatos de salto, tornando mais fácil controlar as alterações fisiológicas.
Teste. Comparadas com as alunas do primeiro ano, que normalmente não estavam muito acostumadas a usar saltos, as do segundo e terceiro anos mostraram mais força em alguns dos músculos em volta de seus tornozelos, especialmente aqueles na parte de dentro e de fora das juntas. “Essa diferença entre as novas usuárias e as já experientes sugere que usar sapatos de saltos altos pode, a princípio, levar à adaptação e ao aumento de força à medida que o tornozelo responde ao estresse a que é submetido pelos calçados pouco familiares”, explica Jee Yong-Seok, professor de fisiologia do exercício da Universidade Hanseo, que liderou o estudo.
No entanto, as alunas do quarto ano, que usaram saltos altos por mais tempo, apresentaram um enfraquecimento desses mesmos músculos, inclusive quando comparadas com as moças do primeiro ano, e também mostraram músculos muito mais fracos na frente e atrás do tornozelo, além de um equilíbrio bem pior.
“O que parece estar acontecendo, na verdade, é que a relação de força entre os músculos das laterais dos tornozelos e os da frente e de trás tornou-se cada vez mais desequilibrada ao longo dos anos de uso de saltos, ajudando a causar problemas de instabilidade e de equilíbrio nos tornozelos e, eventualmente, levando a um declínio na potência mesmo dos músculos que por um tempo haviam se fortalecido”, analisa o professor.
Fonte: http://www.otempo.com.br/abuso-do-salto-alto-enfraquece-m%C3%BAsculos-1.1064089

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