Vitória em tom de superação

Mohammed Assaf, cujo primeiro álbum será lançado neste ano, percorreu árduo percuso até os testes do “Arab Idol”
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Popularidade. Diferentes gerações de palestinos acompanham os espetáculos de Mohammed Assaf após sua saga no “Arab Idol”

O caminho de Mohammed Assaf para os testes do “Arab Idol”, programa do qual se sagrou vencedor no ano passado, que aconteceram perto do Cairo, se tornou uma parte quase mítica de seu apelo. Segundo Assaf, ele atravessou o deserto do Sinai de táxi até chegar à fronteira com o Egito, onde os pontos de verificação policial podem proibir ou atrasar a passagem por semanas, principalmente a de homens jovens. Foi barrado três vezes em duas semanas e acabou tendo que pagar mais de US$ 600 em propinas para poder passar.
“Quando entrei no Egito, parecia que estava chegando ao paraíso”, exagera Assaf.
Ao finalmente chegar ao local onde estavam sendo feitos os testes, às sete da manhã, os organizadores disseram que ele tinha perdido a seletiva.
“Eu disse que depois de tudo o que tinha passado não ia simplesmente desistir. Disse que ia encontrar outra saída”.
Pois ele pulou o muro, foi pego pelos seguranças, mas começou a cantar. Um palestino reconheceu sua voz e ofereceu a Assaf seu lugar na disputa, admitindo que o rapaz teria muito mais chances de chegar à final.
Assaf superou todas as fases, e o número de fãs aumentava a cada vez que ele cantava uma mistura de músicas de casamento, canções patrióticas e até covers dos Backstreet Boys.
Sua marca registrada, porém, é “Alli El Kaffiyeh”, (“levante o kaffiyeh”), que incorpora a música folk da região do Levante. Famoso por aparecer na cabeça de Yasser Arafat, o “kaffiyeh” é o símbolo da herança e da união palestina.
Depois da vitória em junho, o jovem se mudou para Dubai, onde seus movimentos são bem menos restritos. A turnê norte-americana que fez por cidades com grandes núcleos de imigrantes árabes foi patrocinada pela agência de turismo árabe Stars on Board. A agencia trabalha para a gravadora de Assaf, a Platinum Records, que, por sua vez, pertence ao MBC, canal que exibe o “Arab Idol”. Seu primeiro álbum está previsto para sair neste ano.
Jeitão retrôCom belas feições e sorriso fácil, Assaf tem um jeitão retrô bem-apessoado que lembra os cantores antigos. Parte de seu apelo vem do destaque que dá à música árabe tradicional, a qual perdeu espaço entre os jovens, fãs do pop ocidental.
“Muita gente se identifica com a música dele no Oriente Médio por causa da escassez de conteúdo típico da região”, explica Abbas Zuaiter, membro do Fundo Árabe para as Artes e Cultura que vive em Greenwich, Connecticut. “Esse rapaz reflete uma grande parte do passado palestino, mas também do futuro”.
Fonte: http://www.otempo.com.br/divers%C3%A3o/magazine/vit%C3%B3ria-em-tom-de-supera%C3%A7%C3%A3o-1.769379


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