Mulher se finge de homem por 40 anos para poder trabalhar



Sisa Gaber, 65, ficou viúva e vinha de camada social que não permite que mulheres tenham emprego

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Vida sofrida. Sisa se veste como homem para esconder o corpo de mulher e fugir do preconceito
Londres, Reino Unido. Uma egípcia ficou famosa no mundo nos últimos dias após ter sua história de vida divulgada. Ela fingiu ser homem durante 40 anos para sustentar a família em seu país, pois pertence a uma classe social de baixa renda que não permite que as mulheres trabalhem. Depois de ter sua história revelada, ela recebeu o prêmio do presidente Abdel Fattah al-Sissi de “melhor mãe do país”. 

Sisa Gaber Abu Douh, 65, ficou viúva aos 21 anos, quando estava grávida da filha, e não tinha nenhuma fonte de renda.
Sisa vem de uma camada menos favorecida da sociedade egípcia, que não aprova que mulheres trabalhem. E, há 40 anos, a situação era ainda pior.
De acordo com entrevista dada por ela ao jornal britânico “The Guardian”, Sisa também enfrentou forte pressão da família, que queria um novo casamento. “O tempo todo meus irmãos me traziam novos noivos”, disse ela ao jornal.
Mas Sisa recusou os candidatos e resolveu se disfarçar de homem para conseguir emprego. Ela raspou a cabeça e passou a usar um turbante e roupas largas para disfarçar suas formas. Vestida de homem, encarou trabalhos pesados, carregando tijolos e sacos de cimento.
“Eu preferi fazer trabalho pesado como levantar tijolos e sacos de cimento e engraxar sapatos a pedir esmolas nas ruas – para ganhar um sustento para mim e para minha filha e os filhos dela”, disse ela à rede de TV Al-Arabiya.
“Então, para me proteger dos homens, de seus olhares e (evitar) ser um alvo deles por causa das tradições, decidi ser um homem... e vesti as roupas deles e trabalhei junto com eles em outros vilarejos, onde ninguém me conhecia”, afirmou.
Dificuldades“Quando uma mulher desiste da feminilidade, é difícil. Mas eu faria qualquer coisa pela minha filha. Era a única forma de ganhar dinheiro. O que mais eu poderia fazer? Não sei ler nem escrever, minha família não me mandou para a escola, então esse era o único jeito”, disse Sisa ao “The Guardian”.
No entanto, algumas pessoas perceberam que Sisa era uma mulher. “Nunca escondi. Não estava tentando manter um segredo”, disse ela.
Depois de receber o prêmio do presidente, Sisa afirmou que vai continuar se vestindo como homem.
País autoriza barragem que divide rio Nilo

Cartum, Sudão.Egito e Sudão deram aval nesta segunda para que a Etiópia construa uma imensa barragem no rio Nilo para repartir suas águas. O Cairo era contra o projeto por temer a redução de seu abastecimento de água potável e de irrigação.

O acordo inicial para a construção da barragem Grande Renascimento foi assinado em Cartum, entre o presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sissi, seu colega sudanês, Omar al Bashir, e o primeiro-ministro etíope, Hailemariam Desalegn.

“Confirmou que a construção do dique Grande Renascimento não prejudicará nenhum dos nossos três Estados e, em particular, o povo egípcio”. A Etiópia começou a desviar as águas do Nilo azul em maio de 2013 para construir o maior reservatório da África quando as obras terminarem, em 2017. O Nilo azul converge com o Nilo branco em Cartum para formar o Nilo, que atravessa o Sudão e o Egito antes de desembocar no Mediterrâneo.

“Decidi morrer nestas roupas. Me acostumei. É a minha vida inteira, e não posso mudar agora”.
Fonte: http://www.otempo.com.br/capa/mundo/mulher-se-finge-de-homem-por-40-anos-para-poder-trabalhar-1.1013865

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