Viva Chile

De um lado, a alegria de um povo que comemora pela primeira vez a conquista de uma Copa América. E o melhor: dentro de casa. Do outro, a tristeza de uma nação que completa 22 anos sem levantar uma taça sequer em competições envolvendo seleções da categoria adulta. A imprensa internacional repercute exatamente tais sentimentos, após a vitória do Chile sobre a Argentina, por 4 a 1 nos pênaltis – empate em 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação.
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O jogo tinha como favorita a poderosa Argentina, mas do outro lado o surpreendente Chile e sua torcida, anfitriões da Copa América 2015. A final histórica para o Chile trouxe uma seleção coletiva que permitia momentos de destaque a Sánchez e Medél. Se, por um lado, a superioridade técnica na final não permitiu que os chilenos gritassem “é campeão” no tempo normal e na prorrogação, a persistência garantiu a conversão de 100% dos chutes de pênaltis no fim do jogo.
O Chile terminou a Copa América na sua casa com o título de campeão. Placar de 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação; 4 a 1 nos pênaltis – reforçando que o 1 foi convertido por Messi, eficiente mesmo com uma Argentina não tão parecida com o Barcelona. Messi, melhor jogador do mundo por quatro vezes, não errou, mas se movimentou menos do que o habitual durante toda a partida. No primeiro tempo, deu Chile e alguns sustos dos “hermanos". O jogo, bastante pegado, não permitiu grandes lances de perigo aos goleiros Bravo (Chile) e Romero (Argentina).
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O argentino Di Maria sentiu dores logo aos 28 minutos do primeiro tempo. Com uma contusão, foi substituído por Lavezzi. Aos poucos, a Argentina trocou Pastore por Banega e Agüero por Higuaín, gastando as trocas que tinha direito.
Sim, Higuaín foi um dos nomes marcantes do jogo. Jogador forte, porém que calibrou mal a sua cobrança de pênalti e isolou a bola por cima da trave. Mas ele não carregou sozinho a culpa pela derrota da Argentina. O "hermano" Banega, ao contrário, chutou fraco nas mãos de Bravo. Assim, bastava a Sánchez converter o próximo pênalti para o Chile gritar campeão. E ele converteu, dando o título inédito para a torcida chilena. E Medél? Não bateu pênalti, não fez gol na final, mas esteve presente em praticamente todos os grandes lances do Chile e até esqueceu das cãibras na decisão final.
“O sonho virou realidade: Chile faz história e enfim grita 'campeão da América'” e “Viva o Chile, viva o campeão” eram as manchetes do site chileno Ta Tercera, destacando que foi uma final tensa e evidenciando o choro e o delírio dos torcedores de La Roja.
Já o diário argentino Olé mostra exatamente o outro lado da história, dando ênfase na tristeza do povo argentino. “Pesadelo II” é o título da matéria do jogo, lembrando da derrota na final da Copa do Mundo há quase um ano, no Brasil, e o novo revés em uma decisão. A crônica ressalta o enorme jejum de títulos dos argentinos.
O espanhol Marca coloca em sua manchete: “Esta Copa é vermelho paixão”. A matéria ressalta o azar de Higuaín na partida e na disputa de pênaltis.
Por sua vez, o italiano exalta a primeira conquista da Copa América de La Roja com os dizeres “Chile na história: vence Argentina nos pênaltis”.

Placar final

Tempo normal: Chile 0 x 0 Argentina
Prorrogação: Chile 0 x 0 Argentina
Pênaltis (conversões): Chile 4 x 1 Argentina
Valdívia (Chile) – SIM;  Messi (Argentina) – SIM;  Vidal (Chile) – SIM; Higuaín (Argentina) – NÃO; isolou a bola.; Aranguíz (Chile) – SIM; Banega (Argentina) - NÃO; Bravo defendeu; e Sánchez (Chile) - SIM.
Por Edinilson de Sousa Matias

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