Invenção brasileira premiada nos EUA ajudaria na crise hídrica

Adolescentes do Rio Grande do Sul e da Bahia vencem projeto de ideias inovadoras em Harvard


LITZA MATTOS

PROJETOA tristeza ao ver várias famílias sem água e toneladas de peixes mortos devido a um derramamento de óleo em um rio fez a estudante Raíssa Müller, 19, desenvolver uma esponja que repele água, absorve óleo e que também pode ajudar na crise hídrica que o Brasil enfrenta. A tragédia ambiental aconteceu no Vale do Rio dos Sinos, região do Rio Grande do Sul que compreende Novo Hamburgo, cidade onde vive a estudante. “Na época, eu tinha 11 anos e não conseguia entender como não havia uma técnica eficaz para acabar com o problema”, conta Raíssa. 
 Anos mais tarde, a agora aluna do curso técnico de química se dedicou por dois anos para terminar de desenvolver essa nova tecnologia. O material, que funciona como uma esponja, é feito a partir de um mineral (criptomelano), que passa por diversos tratamentos químicos para absorver somente o óleo e repelir a água. “A taxa de absorção é de até 22 vezes o próprio volume, e o material pode ser reutilizado por pelo menos cinco vezes, o que o torna ainda mais barato e sustentável”, explica a estudante.

Crise hídrica. Ainda querendo aprimorar a sua ideia, a estudante conta que está pesquisando como a esponja funcionaria em grande escala e sob diferentes condições, além de torná-la um produto comercial, podendo ajudar, inclusive, na crise hídrica atual.
“Talvez essa técnica no mercado poderia nos ajudar se aplicada a um processo de limpeza das águas em rios e lagos com altas taxas de poluição, vazamentos em tanques subterrâneos de gasolina e acidentes na indústria química, sendo incorporada tanto para proteção do bioma quanto para uso da população (descarte incorreto do óleo de cozinha)”, acredita Raíssa.
De acordo com a aluna, a eficiência da esponja é muito maior que qualquer outro material absorvente presente no mercado, como dispersantes químicos – substâncias que quebram a molécula do óleo e fazem o produto desaparecer da superfície, sem resolver o problema.
“Não vemos mais a mancha de óleo, mas o que realmente ocorre é somente a submersão das moléculas e não o desaparecimento. O óleo vai então para o fundo do oceano e continua atingindo toda a fauna e a flora. As técnicas para esse tipo de problema ainda são muito limitadas e caras”, avalia.
Outra estudante brasileira, a baiana Georgia Sampaio, 19, criou um kit para o diagnóstico rápido da endometriose (inflamação da mucosa que reveste o útero – endométrio). Ela e Raíssa venceram o concurso Village to Raise a Child (Vila por Trás do Jovem, em português), da Universidade Harvard, dos Estados Unidos.
Campanhas
Recursos: As brasileiras selecionadas no concurso estão com uma campanha na internet para arrecadar fundos para os projetos


Projetos: Para ter acesso aos vídeos que explicam as ideias e fazer as doações acesse: www.crowdrise.com/villagetoraiseachildprojects/fundraiser

Georgia Gabriela da Silva Sampaio: espera criar um método de diagnóstico barato e não invasivo para a endometriose

Raíssa Müller: criou um material que funciona como uma esponja seletiva para conter vazamentos de petróleo. 

Universidade
Fonte:http://www.otempo.com.br/interessa/sa%C3%BAde-e-ci%C3%AAncia/inven%C3%A7%C3%A3o-brasileira-premiada-nos-eua-ajudaria-na-crise-h%C3%ADdrica-1.999085

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