Versões mais saudáveis de alimentos custam o dobro

Se houver palavras como ‘light’, ‘sem glúten’, ‘integral’ e ‘sem açúcar’ na embalagem, prepare o bolso

Balanceado. A família de Júnea Portilho dá preferência para alimentos naturais, orgânicos e integrais

ANA PAULA PEDROSA

Na casa da nutricionista Júnea Portilho alimentos naturais, orgânicos, integrais e com baixo teor de gordura têm a preferência. “Aqui em casa não entra refrigerante nem salgadinho”, conta. Ela, o marido, Marcus Vinicius, e as filhas Bruna e Mariana têm o hábito de comer queijo branco, frutas e grãos como aveia e chia. Assim como na família dela, o número de pessoas que optam por uma alimentação saudável vem crescendo, mas a escolha ainda pesa no bolso.

A reportagem de O TEMPO montou um carrinho com 15 itens comuns e suas versões mais saudáveis e encontrou uma diferença de 94% no preço final, como agravante que os produtos integrais ou orgânicos, em alguns casos, tinham menos quantidade do que os comuns.

Em alguns casos, a diferença de preços é muito maior. O litro do suco de uva comum, por exemplo, custa R$ 2,78. No mesmo supermercado, o litro do suco de uva integral e orgânico é vendido por R$ 16,98, seis vezes mais. “É caro, mas é um investimento. Evita um monte de doenças”, avalia Júnea.

A nutricionista Rafaelly Cristina Silva diz que, muitas vezes, a despesa maior é “preconceito”. “A pessoa reclama do preço dos produtos integrais, mas vai a um fast food e gasta R$ 20 em um lanche. Com R$ 20 você compra um pacote de pão integral, requeijão light e peito de peru e faz muitos sanduíches”, exemplifica.

Júnea Portilho ainda lembra que uma boa opção é procurar marcas mais baratas para um mesmo tipo de produto e optar por frutas da estação, que também têm preço melhor.

Trabalho. Além de mais cara, a alimentação saudável é mais trabalhosa. “Não posso fazer compra para o mês, tenho que comprar semanalmente. Não dá para guardar frutas, verduras, peito de peru”, exemplifica o educador físico Frederico de Oliveira.

Há um ano ele adotou uma dieta balanceada, elaborada por uma nutricionista. Entre as mudanças na rotina, ele passou a acordar mais cedo para preparar uma panqueca proteica no café da manhã. O alimento leva claras de ovo, aveia, linhaça, banana e whey, um tipo de proteína.

“Dá muito trabalho”, admite ele. No entanto, o resultado anima. Desde que adotou a nova linha alimentar ele reduziu seu peso de 100 Kg para 85 Kg e o percentual de gordura no corpo, que beirava os 20% foi reduzido para cerca de 4%.

Para Júnea Portilho, é a facilidade de abrir um pacote de biscoitos ou uma lata de refrigerante que faz muita gente optar por produtos menos saudáveis. “A vida corrida, muitas vezes, afasta dos bons hábitos”, diz. 

Nutricionista aponta quais são as boas escolhas

A alimentação ideal depende das características e dos objetivos de cada pessoa – se tem alguma doença que restrinja um tipo de alimento, se quer emagrecer, ganhar massa magra, definir músculos, etc – mas, em linhas gerais algumas dicas ajudam a ter uma alimentação mais equilibrada. A nutricionista Rafaelly Cristina Silva explica que trocar alimentos como pão e arroz pelas versões integrais, escolher por carnes mais magras, ingerir frutas e verduras regularmente e colocar itens como chia e linhaça na rotina alimentar são boas opções para quem busca uma alimentação saudável. A pesquisa de preços ajuda a reduzir os gastos com esse tipo de alimentos.

Fonte:http://www.otempo.com.br/polopoly_fs/1.953016.1417058021!/index.html#header