Copa do Brasil

OS PILARES DA CONQUISTA ALVINEGRA: MOVIDA POR MILAGRES, IDOLATRIA E LOUCURA
por FERNANDO ALMEIDA
Arquivo/O Tempo
A história foi escrita com o ardor de milhões, o esforço homérico de um grupo e a astúcia e genialidade de um comandante. O Atlético lapidou sua tortuosa caminhada rumo à conquista da Copa do Brasil com uma base sólida e pilares robustos formados por três atletas dignos de vestir a camisa alvinegra: Victor, Diego Tardelli e Luan.

Victor

Movido a milagres, o goleiro do Atlético mais uma vez foi fundamental para uma inédita conquista do Galo. Enquanto o ataque fazia magia com viradas incríveis, Victor continuou mostrando que se instalou no clube para cravar seu nome na história atleticana quando o impossível mais uma vez foi superado.

Tardelli

Ídolo nas palavras e atitudes, Diego Tardelli voltou a deixar claro a grandeza de sua identificação com o Galo e sua torcida. Foi ovacionado pela Massa contra o Corinthians, duelo no qual se sacrificou para dar o exemplo de que nada é impossível – atuou todo um jogo horas após estar em campo com a seleção. Tornou-se novamente referência e inspiração para todos que estavam a sua volta.

Luan

A loucura que todo atleticano se acostumou a ver dentro e fora de campo mostrou a sua melhor faceta. Aguerrido, incansável e goleador. Nada conseguiu parar Luan – nem mesmo “algumas” costelas fraturadas. Autor de pelo menos um gol em todas as quatro batalhas, ele lutou com o máximo de suas forças para que o Galo conquistasse mais esse troféu.
Contudo, o Galo contou também com homens capazes de mudar o viés de uma batalha quando todos pensavam que a guerra estava perdida. Na defesa, Leonardo Silva e Jemerson formaram a dupla dinâmica, assistidas pelas duas importantes “flechas” Marcos Rocha e Douglas Santos, vitais tanto para a defesa, quanto para o ataque.


A combustão do meio campo esteve a cabo de Leandro Donizete e Josué – com o simbolismo de Rafael Carioca na decisão e Maicosuel em momentos pontuais desta trajetória –, além de Dátolo como o maestro e Carlos sendo o curinga do ataque. Para fechar, menções honrosas a Guilherme pela avassaladora partida contra o Corinthians, que contou com o toque final de Edcarlos.

Ele poderia estar em sua cidade natal, Curitiba, desfrutando a vida e contando os feitos de sua carreira aos amigos e aos jovens, colocando lirismo em cada palavra, usando da criatividade em cada discurso, transformando um relato de um jogo importante numa rapsódia. A imagem é similar a de um avô que se senta ao lado do neto descrevendo as conquistas de outrora. Cenas assim ainda irão ocorrer. Mas Levir Culpi resolveu adiar tais momentos para testar o coração novamente. E que melhor teste para o coração do que desafiar o imponderável no comando do Atlético?

Em sua quarta passagem pelo clube alvinegro, Levir precisou reconstruir o Galo, a partir das lições absorvidas ao longo da carreira, sobretudo as que adquiriu no Japão, onde morou por cerca de seis anos. De uma equipe sem muita inspiração, o Atlético se transformou em um exército de bravos soldados, capazes de derrubar antigos carrascos e provocar o fim de muitos tabus. Ao fim de cada batalha de contornos épicos, os hinos da vitória, entoados por cada bardo alvinegro presente nos coliseus do futebol mineiro, o Mineirão e o Independência.

Nesta Copa do Brasil, o curitibano do Atlético não foi um simples comandante. Foi um motivador, um psicólogo, um entusiasta, um erudito, um pai, um torcedor. Mas, qualquer que fosse a faceta escolhida para um determinado momento, a gana e a raça sempre transpareceram. Isto ficou claro em cada gesto, em cada grito, em cada sorriso que abriu ao ver seus pupilo alcançarem triunfos que muitos rotulavam como impossíveis.

Palmeiras, Corinthians, Flamengo e Cruzeiro sentiram na pele a 'revolução' de Levir Culpi. E cada epopeia nascida desta Copa do Brasil poderia render um capítulo de um novo livro, cujo o autor seria o treinador alvinegro. Quem sabe ele não o escreve para o futuro? Afinal de contas, seriam mais algumas fantásticas histórias dos pergaminhos de Levir.
Nesta Copa do Brasil, o curitibano do Atlético não foi um simples comandante. Foi um motivador, um psicólogo, um entusiasta, um erudito, um pai, um torcedor. Mas, qualquer que fosse a faceta escolhida para um determinado momento, a gana e a raça sempre transpareceram. Isto ficou claro em cada gesto, em cada grito, em cada sorriso que abriu ao ver seus pupilo alcançarem triunfos que muitos rotulavam como impossíveis.


Fonte: http://www.otempo.com.br/polopoly_fs/1.953016.1417058021!/index.html#foto

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