Europa é universo paralelo

Personagens femininas fortes, interpretadas por atrizes brilhantes, se destacam em produções do Velho Mundo



As séries mais populares, de maior apelo comercial, tiveram nos últimos dias – ou terão nos próximos – os seus finais de temporada nos Estados Unidos. Pouco tempo depois, terão o mesmo destino na TV brasileira: aquele intervalo insuportável até que voltem, lá para outubro ou novembro. Pois nem só de “CSI”, “Revenge” ou “The Big Bang Theory” é composto o cardápio de quem gosta de uma boa história contada em episódios semanais.
Existe todo um universo paralelo de séries que sobrevivem fora do “circuitão” norte-americano, exibidas em canais de menor audiência, em horários obscuros, ou que às vezes saem em DVD antes mesmo de passarem na TV brasileira. E a maioria já tem duas ou três temporadas, ou seja, sobra programação.
O canal a cabo +Globosat, por exemplo, se especializou em trazer para o Brasil produções de países como Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Inglaterra, França, Irlanda, Noruega e Dinamarca.
Foi nele que o brasileiro pôde ver a ótima “Bron/Broen”, dinamarquesa exibida aqui como “A Ponte”. Os atores Sofia Helin e Kim Bodnia interpretam, respectivamente, a detetive sueca Saga Norén e o investigador dinamarquês Martin Rohde. Juntos solucionam, em cada temporada, um grande caso que une os dois países. É tão bom que já foi copiado nos Estados Unidos (“The Bridge”) e numa produção anglo-francesa com nome de “The Tunnel” – a ponte original dá lugar ao Eurotúnel.
Mais dinamarquesas. A Dinamarca se tornou, nos últimos anos, o principal provedor de séries de TV de alta qualidade da Europa, e vem sendo amplamente copiada. Vem de lá a série que deu origem à norte-americana “The Killing”, do canal AMC: a premiada “Forbrydelsen”, ambientada em Copenhague. Ao longo de três temporadas, acompanhamos mais uma dupla de investigadores estranhos, Sarah Lund (Sofie Gråbøl) e Jan Meyer (Søren Malling). Cada episódio de uma hora cobre 24 horas de investigação, e cada temporada persegue a solução para um crime novo. O programa dá igual ênfase à investigação em si e à história das famílias das vítimas, o que lhe dá um brilho especial.
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Copiadíssima. Dinamarquesa premiada “Forbrydelsen” virou “The Killing” nos EUA e “Broadchurch” na Inglaterra
Outra mulher está à frente de uma boa pedida para quem quer conhecer a televisão europeia: é Birgitte Nyborg (Sidse Babett Knudsen), a personagem principal de “Borgen”, que recebeu o título internacional de “The Government”, e é uma espécie de “The West Wing” ou “Scandal” do Velho Mundo. Birgitte, toda idealista, é eleita primeira-ministra da Dinamarca pelo partido popular, e assume disposta a moralizar o governo. Claro que acaba tomando atitudes questionáveis, levada pelos meandros do poder. A série explora as relações entre representantes de cargos públicos e a mídia, além de mostrar a mulher mais poderosa do país tentando exercer também o papel de mãe.
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Política. Sidse Babett Knudsen é a primeira-ministra Birgitte Nyborg, em “Borgen”, descobrindo que moralizar o governo é tarefa impossível
Do mesmo celeiro saiu “Dem Som Dræber” (“Those who Kill”), que acaba de ganhar versão norte-americana com o mesmo nome. Não tem a sutileza das outras, mas vale a pena conferir a rotina de uma unidade da polícia especializada em “serial killers”. A violência de algumas cenas causa controvérsia, mas, para quem tem estômago, é um prato cheio. Então vale tudo: locadoras de vídeo, serviços de streaming, compra de DVDs online, ou a velha e boa televisão. Se você gosta da telinha, procure uma dessas para ver enquanto as “grandes” dos Estados Unidos não voltam com capítulos inéditos.
Call The Midwife
Época da inocência. Jovens parteiras vão a qualquer lugar onde haja uma grávida pobre na Londres pós-guerra

Fonte: 
http://www.otempo.com.br/divers%C3%A3o/magazine/europa-%C3%A9-universo-paralelo-1.848830


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