Sustentabilidade conquista espaço nas salas de aula

Próxima geração deve encarar proteção ambiental e social com mais naturalidade


Afetivo. Crianças do Santo Agostinho estão sendo preparadas para a extinção do viveiro, ao qual são muito apegadas
Próxima geração deve encarar proteção ambiental e social com mais naturalidade
PUBLICADO EM 27/05/11 - 20h10

A sustentabilidade chegou às salas de aula. O tema não é uma matéria curricular, mas permeia o aprendizado de alunos de todas as idades em diversas escolas. No colégio Santo Agostinho, por exemplo, a questão entra no projeto Valorizar a Vida, que tem uma série de iniciativas. 

"As escolas entraram no assunto, em princípio, como um modismo, mas sabemos que não dá para ser assim. É uma questão de sobrevivência e o desafio é formar nossos alunos de maneira que as preocupações sociais e ambientais façam parte de suas vidas", diz o diretor geral Francisco Angel Morales Cano. Ele diz que, enquanto as gerações atuais têm que aprender a usar esses conceitos, as próximas devem encarar o tema como algo mais natural. 

Entre as iniciativas estão a troca das cerca de 1.200 lâmpadas fluorescentes por 720 de led, que são mais eficientes, e a instalação de lixeiras voltadas para a coleta seletiva. Nas salas de aula, serão dois tipos, uma para papel e outra para os demais resíduos. Nas áreas externas, o lixo será separado em papel, plástico e orgânico, já que latas e vidro não são permitidas na escola. O papel será encaminhado à Associação dos Catadores do Papel Papelão e Material Reaproveitável (Asmare) e o orgânico à Superintendência de Limpeza Urbana (SLU). 

Os alunos são envolvidos no projeto e estimulados a mudarem suas atitudes. Nos próximos meses, a escola distribuirá uma revista com dicas de sustentabilidade elaboradas pelos próprios estudantes do ensino médio. "Mudando a postura dos alunos, esperamos também atingir as famílias", diz o diretor. 

A mudança mais sensível, porém, será a extinção do viveiro que abriga cerca de 60 periquitos australianos e é o "xodó" das crianças da escola. Os pássaros serão enviados a uma fazenda na região da Pampulha, onde poderão viver em liberdade. "Os pequenos têm uma ligação afetiva com o viveiro e estamos trabalhando para mostrar a eles que as aves não devem viver presas". 

No Espaço Escola, também em Belo Horizonte, as ações sustentáveis ficam sob o guarda-chuva do projeto Saber Cuidar, que envolve cuidados consigo, com os outros, com o próprio espaço e com o planeta. "O mais importante é cuidar do presente para, no futuro, colhermos bons frutos", diz a coordenadora pedagógica Adriane de Oliveira e Silva. 

Uma das iniciativas é uma Feira de Trocas Solidária, que teve sua primeira edição em 2008. Nela, alunos e famílias são estimulados a trocarem produtos ou conhecimentos sem o uso do dinheiro. Um exemplo foi a troca de mudas de trevos da sorte, plantadas pelos alunos da 1ª série, por azulejos quebrados, que serviram para a reforma do muro das salas do Fundamental I.

O designer fotográfico Dilson Mendes tem dois filhos na escola e aprova a preocupação sustentável. "É importante para formar mais que o aluno, o cidadão. As crianças cobram em casa a redução do lixo, a economia de água, e nós, pais, ficamos até envergonhados, porque elas estão certas", diz. 


Fonte: www.otempo.com.br

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