Produção no Brasil é lenta, mas evolui


O fato de só agora estar em vias de produção o primeiro longa-metragem animado feito em Minas diz muito sobre a realidade da animação no Brasil. Essa arte sempre esteve à margem da produção, ficando seu mercado à mercê dos produtos estrangeiros, em especial os norte-americanos e os japoneses, dedicados ao público infantojuvenil.
Produção no Brasil é lenta, mas evolui
A diretora de "Nimuendajú", Tania Anaya, acredita que o filme é importante porque pode abrir caminho para surgirem outros. "Tem muitos animadores na cidade, e o interessante de projetos assim é que podem oferecer mais possibilidades, para além da publicidade, em trabalhos com uma pesquisa de linguagem", diz. "Acho muito legal, inclusive, a comissão do Filme em Minas ter apostado num longa animado, mesmo sabendo que é mais trabalhoso e demorado, porque pode abrir para que mais pessoas produzam e construam algo expressivo".
Diretor de filmes de animação e fundador da Mostra Udigrudi Mundial de Animação (Mumia), que neste ano chega à 10ª edição, Sávio Leite tem uma hipótese de que tem havido uma grande evolução na produção brasileira tanto qualitativa, na técnica e na estética, como quantitativamente. "Apesar de eu ser ainda mais do cinema 2D, do desenho sobre papel, a animação 3D melhorou muito no Brasil", diz, citando "Iansã" e "Vida Maria" como casos de "filmes maravilhosos" produzidos nos últimos tempos. Sávio escreve atualmente um livro sobre a história da animação em Minas, que deve ser lançado na Mumia (leia trecho ao lado).
O animador Marcos Magalhães, criador do Anima Mundi, um dos maiores festivais de cinema de animação do mundo e que neste ano chega à sua 20ª edição, acredita que hoje, "mesmo que ainda seja árduo o trabalho, temos muito mais perspectivas do que há 20 anos".
Ele credita a melhora ao barateamento dos softwares e da tecnologia em geral, como também assinalou Sávio, além da difusão de escolas de animação pelo país, das quais o curso da Escola de Belas Artes da UFMG é pioneiro.
Fonte: http://www.otempo.com.br/divers%C3%A3o/magazine/produ%C3%A7%C3%A3o-no-brasil-%C3%A9-lenta-mas-evolui-1.563112

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