Simples hábitos ajudam a preservar o raciocínio

Oficina pretende ajudar pessoas acima dos 60 anos com esquecimento


Armazenamento. Leituras e palavras-cruzadas beneficiam o funcionamento da mente, desde que a pessoa sinta prazer nas atividades
Oficina pretende ajudar pessoas acima dos 60 anos com esquecimento
BÁRBARA CAMARGO

É possível trabalhar a memória e ir contra a síndrome do esquecimento. Para isso, a terapeuta ocupacional e especialista em gerontologia, Marcella Tirado, afirma que é preciso entender os mecanismos que podem interferir na concentração, na memória e na atenção das pessoas acima dos 60 anos.

"Uma noite mal dormida, mau humor e até óculos inapropriados podem ser determinantes na percepção de espaço e tempo da pessoa, dificultando, consequentemente, o armazenamento daquela informação", explica.

Para ajudar pessoas idosas a entender o funcionamento da mente, a Fundação de Pesquisa e Desenvolvimento (Fundep) oferece, a partir de amanhã, a Oficina da Memória para o público com mais de 60 anos, no campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). 

Segundo Marcella, que é realizadora do curso, o objetivo do evento é ensinar sobre o funcionamento da memória e as técnicas facilitadoras da lembrança. Ela explica que existem simples recursos para o resgate da memória. Ter contato com objetos autobiográficos é uma opção. "Uma música de carnaval que tenha marcado a vida, um livro que defina a trajetória da pessoa, fotografias e, até mesmo, exercícios de reportagem ajudam a trazer á tona diversos tipos de memória", explica.

Para a terapeuta, é preciso discernir as causas do esquecimento, que geralmente estão relacionadas à falta de atenção. "Existem pessoas que esquecem nomes, fisionomias ou aspectos do conhecimento, mas não há orientações específicas para combater isso, e sim, orientações gerais que ajudam a remediar esses lapsos de memória", diz.

O exercício mental, segundo Marcella, é fundamental, mas as atividades precisam proporcionar prazer. "Não adianta indicar palavras-cruzadas se a pessoa não gosta. Ela só se tornará mais irritadiça, deprimida e frustrada", alerta.

Comentários