Excesso de atividade física teria influência negativa no sono

Estudo feito com mulheres mostra, porém, que dormir mal afeta a prática


Reflexo
Segundo o estudo, melhorias no sono não seriam imediatas após o início da prática de atividades físicas
GRETCHEN REYNOLDS THE NEW YORK TIMES

Nova York, EUA. No papel de psicóloga clínica e pesquisadora do sono na Faculdade de Medicina Feinbert, na Universidade Northwestern, Kelly Glazer Baron ouvia reclamações frequentes de seus pacientes a respeito de exercícios. Eles diziam que às vezes praticavam exercícios até a beira da exaustão, mas não dormiam melhor durante a noite. Surpresa e fã dos exercícios, ela decidiu examinar a relação entre o suor e o sono.
Em um estudo publicado em agosto na revista “The Journal of Clinical Sleep Medicine”, ela e seus colegas descobriram que a influência do exercício na qualidade do sono é muito mais inconstante do que imaginamos. Em curto prazo, o sono pode ter um efeito maior sobre a qualidade do exercício do que o contrário.
Kelly e os colegas recorreram a dados de um estudo sobre exercícios e sono originalmente publicado em 2010. Voluntárias na casa dos 60 anos, sedentárias e com problemas de insônia começaram a fazer exercícios de resistência moderados, quatro vezes por semana, durante meia hora, à tarde. Outro grupo de mulheres se manteve inativo.
Após 16 semanas, as voluntárias do grupo ativo estavam dormindo muito melhor do que no início do estudo. Em média, elas dormiam de 45 minutos a uma hora a mais na maioria das noites, acordando com menos frequência e relatando mais vigor.
Padrões. Analisando dados das participantes, a pesquisadora constatou que as melhorias não são imediatas nos padrões de sono das pessoas que haviam começado a praticar exercícios. Após os dois primeiros meses do programa de exercícios, as voluntárias do grupo não dormiam melhor do que no início do estudo. O programa só melhorou a insônia depois de quatro meses.
Elas também relataram poucas vezes terem dormido melhor após praticar exercícios. Além disso, o mais interessante é que muitas vezes elas praticavam menos exercícios nos dias seguintes a uma noite maldormida.
Em outras palavras, dormir mal costuma encurtar o tempo de exercício no dia seguinte, ao passo que, na maioria dos casos, a noite de sono não era melhor nos dias em que o exercício era praticado até o fim.

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