Marina se filia ao PSB e diz que Campos será o candidato

Ex-ministra não admitiu se será vice na chapa do governador de Pernambuco nas próximas eleições

 

 PUBLICADO EM 05/10/13 - 18h41

No lance mais surpreendente até agora da corrida ao Palácio do Planalto, a ex-senadora Marina Silva decidiu se filiar ao PSB e se unir ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos, para disputar a eleição presidencial de 2014. Marina deu mostras de que apoiará Campos como o cabeça da chapa, mas se esquivou sobre sair como vice.
 Marina hoje aparece em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto e Campos está em quarto. A decisão foi tomada após a recusa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em conceder o registro ao seu partido, a Rede Sustentabilidade, na quinta-feira à noite. Após quase dois dias de reuniões, indefinições e rachas internos no grupo de Marina, a filiação ao PSB cria uma terceira via para 2014 em contraposição à candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) e à postulação do oposicionista Aécio Neves (PSDB).
A aliança foi acertada na noite de sexta-feira. Ao tomar conhecimento de que havia interesse na proposta, Campos pegou um avião para Brasília, onde combinou os detalhes da divulgação oficial diretamente com Marina. Durante o ato de filiação da ex-ministra, Campos disse que a aliança quebra a “falsa polarização entre PT e PSDB”. “Os que pensavam que o julgamento num tribunal mataria a Rede vêem ela se agigantar”.
A explicação aos apoiadores da Rede veio através de um vídeo postado no YouTube. Segundo Marina, ela não se filiou “como militante do PSB”, e que o partido será como um abrigo “transitório” aos apoiadores da Rede. Marina agradeceu ao PSB pela chancela política “que a Justiça Eleitoral não quis dar”.
De acordo com o coordenador-executivo da Rede, Bazileu Margarido, pesou para a decisão de Marina de migrar para o partido de Campos “a aderência programática maior com o PSB”. Em entrevista na sexta-feira, antes do encontro com Campos, Marina já havia dito que sua decisão levaria em conta o desejo de “quebrar” a polarização política existente no país.
Neste sábado, Marina deixou claro que o posto principal na candidatura do PSB é do governador de Pernambuco. “O PSB já fez a sua discussão”, afirmou. Perguntada se sairá como vice, a ex-ministra foi lacônica: “Tudo o que aconteceu é muito mais do que a discussão do lugar que se ocupa numa chapa”. Num discurso de quase 30 minutos, Marina estava bem-humorada e falou que Campos acabou sendo seu “plano C”. Marina reclamou mais uma vez dos critérios da Justiça Eleitoral. “Somos o primeiro partido clandestino do Brasil criado em plena democracia”.

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