Repórter policial é assassinado

Radialista, que denunciava bandidos, foi morto a tiros na saída de um bar, em Ipatinga

A morte de um radialista, executado a tiros na madrugada de ontem, na saída de um bar, em Ipatinga, no Vale do Aço, é investigada pelas polícias Civil e Militar da cidade. Rodrigo Neto de Faria, de 38 anos, era bacharel em direito, repórter e apresentador de um programa policial na rádio Vanguarda AM, de Ipatinga, e também trabalhava no jornal "Vale do Aço". Segundo a PM, o jornalista foi morto a tiros, e já existem pistas dos suspeitos.

Conforme a PM, Rodrigo Neto foi cercado pelos atiradores pouco depois de sair do estabelecimento comercial. O radialista se aproximava do carro - um Toyota Corolla prata - quando os criminosos apareceram em uma motocicleta preta e atiraram três vezes na direção do jornalista. Neto foi atingido por dois tiros, um na cabeça e o outro no peito. Ele chegou a ser socorrido e levado para o Hospital Municipal de Ipatinga, mas não resistiu. Os bandidos conseguiram fugir.

O crime assustou profissionais de imprensa e ouvintes de Rodrigo Neto. O radialista era natural de Caratinga, na Zona da Mata, e trabalhava em Ipatinga há pelo menos 12 anos, quando foi contratado como repórter policial no jornal "Diário do Aço" e na rádio Itatiaia DO Vale do Aço. 

Em 2006, o radialista se transferiu para a rádio Vanguarda e, a partir de então, também atuou em outros jornais impressos da cidade. Neto ainda foi assessor de imprensa da Prefeitura de Ipatinga durante dois anos.

Segundo os colegas de trabalho, o jornalista era apaixonado pela cobertura policial e não poupava críticas às injustiças. "O Rodrigo era um repórter que prezava pela informação verdadeira. Não tinha nada para esconder", disse o radialista Jotha Pinheiro. "Ele era muito crítico e cobrava sempre por justiça. Sempre foi um grande amigo", completou Pinheiro.

A coordenadora de jornalismo da rádio Vanguarda, Sandra Serafim, informou que Neto trabalhou normalmente nos últimos dias e, em momento algum, chegou a relatar que era ameaçado de morte. 

"Rodrigo era uma pessoa muito espontânea e fazia questão de tornar públicas as suas opiniões, mas não temos conhecimento de um caso específico que possa ter provocado sua morte", considerou Sandra.
A jornalista lembrou ainda que Rodrigo Neto havia se formado em direito e alimentava o desejo de ser delegado da Polícia Civil. "Ele até havia passado em três etapas de um concurso em outro Estado. Era o sonho dele", disse. 


Neto era casado e tinha um filho de 7 anos.
Jornalista foi morto quando iria entrar em seu carro
Investigação
O comandante do 14º Batalhão da PM, tenente-coronel Edvânio Rosa Carneiro, garantiu em entrevista coletiva que a morte do repórter Rodrigo Neto vai ser apurada. "Ainda não temos a confirmação de que o crime seja uma retaliação à atividade exercida pelo jornalista. Temos a descrição da moto usada pelos suspeitos, e é importante ressaltar que as polícias Militar e Civil do Vale do Aço estão juntas para tentar esclarecer o fato e chegar aos autores do crime", informou.

O corpo do radialista começou a ser velado, ainda ontem, no Cemitério Parque Senhora da Paz, e vai ser enterrado, hoje, em Ipatinga.

Fonte: http://www.otempo.com.br/supernoticia/noticias/?IdNoticia=79197,SUP&busca=jornalista%20morto%20em%20ipatinga&pagina=1

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