Lançado no mercado licor de café



"O mundo pertence aos insatisfeitos". A frase do ex-presidente mundial da Coca-Cola, Robert Woodruff, é uma das preferidas do presidente do grupo Vale Verde, Luiz Otávio Pôssas Gonçalves, 70. Depois de ter construído a quarta fábrica da Coca-Cola no Brasil, criado a cerveja Kaiser, a Kero Coco e ser dono de um portfólio que inclui a cachaça Vale Verde, fazendas de coco e eucalipto, parque ecológico e o condomínio EcoVillas, o belo-horizontino Luiz Otávio ainda não está satisfeito.


Agora, anda animado com um novo produto que vai lançar no mercado neste mês: o licor 1727, uma referência ao ano em que o café chegou ao país. "O Brasil é o maior produtor de café e não tem um licor de café", justificou o empresário, para a produção inicial de 5.000 garrafas na fábrica da Vale Verde, em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte. 

Com um faturamento de R$ 35 milhões em 2011, a previsão de crescimento do grupo Vale Verde para este ano é de 20%. Mas Luiz Otávio está mais interessado em contar as novidades. O empresário disse que escolheu o melhor café da região do Cerrado, em Minas Gerais, para fazer o licor. "A gente faz uma extração do aroma do café", explicou, sobre uma parte da bebida que inclui gás carbônico e ar quente.

O volume do novo negócio, o licor 1727, pode parecer tímido para uma empresa que já fabrica 250 mil litros por ano da cachaça Vale Verde, mas, para isso, Pôssas também tem uma explicação. "A Vale Verde demorou 25 anos para vender o que vende hoje. A gente vai entrar devagarzinho nesse mercado", completa.

Sobre a recente incursão no negócio imobiliário, que demanda investimentos de R$ 150 milhões, Luiz Otávio Pôssas disse que só faz a incorporação. "Eu não quero construir", afirmou. O condomínio EcoVillas Vale Verde foi lançado em maio deste ano e teve sucesso em vendas. Outro empreendimento do grupo é o minishopping moveleiro, o shopping Jardim Casa, que será construído em Nova Lima, em parceria com a Epo Engenharia, e deve ficar pronto em dois anos. 


Ativos passados. A Kero Coco, criada em 1995, foi vendida para a Pepsi, mas as fazendas de coco ficaram. São oito no total, e ainda tem o investimento em eucalipto, numa área de 26 mil hectares de reflorestamento em Minas Gerais. O Instituto Vale Verde, que é uma organização não governamental, também segue com a reprodução de aves, sendo um dos maiores do mundo.

Para um menino que começou a trabalhar aos 17 anos, Luiz Otávio não se esquece do difícil começo na franquia da Coca-Cola que o pai dele tinha. "Fiquei com a Coca-Cola durante 44 anos. Quando entrei, a produção era mínima e ninguém comprava, isso era na década de 50", lembrou. A fábrica funcionava na rua Uberaba, em Belo Horizonte. Somente em 1965 é que a fábrica do refrigerante começou a dar certo.
"Fomos pioneiros no Brasil na importação de máquinas dos Estados Unidos", disse Pôssas. A nova fábrica, que precisou de um empréstimo de cerca de US$ 6 milhões, foi inaugurada em 1971 e, em 2000, foi vendida para a Coca-Cola norte-americana.

INESQUECÍVEL
Kaiser foi criada para salvar a Coca

No escritório de Belo Horizonte, Luiz Otávio Pôssas coleciona memórias de diferentes épocas. Num dos móveis de madeira maciça, herdado do pai, ele tira uma garrafa de cerveja Kaiser, que significa imperial em alemão, para mostrar o rótulo arredondado que ele desenhou e colocou pela primeira vez no mercado. "Em quatro meses de cerveja, nossa participação de 16% foi para 40% e salvou o negócio", contou.


O empresário se refere a 1980, quando a Coca-Cola começou a ter problema de venda por causa das cervejas que obrigavam a compra do refrigerante delas. "Eliminamos a venda casada e os outros fabricantes de Coca-Cola começaram a fazer a cerveja", disse Pôssas, que gastou US$ 12 milhões na fábrica.


Fonte: http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=210037,OTE&busca=O%20inovador%20P%F4ssas%2C%20do%20grupo%20Vale%20Verde&pagina=1

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