Campanha nacional faz alerta de prevenção ao câncer de pele



Somente neste ano, cerca de 140 mil pessoas devem ter câncer de pele no país, segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca). E, para alertar a população sobre esse tipo de tumor mais comum no Brasil - 25% de todos os malignos.

"O filtro solar seguro protege contra os raios ultravioleta A e B. O tipo B é o que mais está relacionado ao câncer, não melanoma (forma mais comum de câncer de pele)", afirma a dermatologista Maria Luiza Pires de Freitas, coordenadora estadual da campanha. Ela alerta, ainda, que o maior risco da doença é em pessoas de pele, olhos e cabelos claros.

Segundo o oncologista André Márcio Murad, professor e coordenador do serviço de oncologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Hospital Lifecenter, existem três tipos comuns de câncer de pele (veja ilustração), sendo o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular os tipos não melanoma. O melanoma é forma mais grave e menos comum da doença. "É importante observar as pintas que crescem, sangram e mudam de cor", alerta.

Em caso de suspeita, o paciente deve recorrer ao médico, que fará o diagnóstico pela biópsia. Assim, é feita a remoção do tumor e, em casos de metástase, são feitos outros tratamentos. "Normalmente, uma cirurgia bem feita cura esses pacientes", destaca o médico.

Avanços. Segundo Murad, os tratamentos para casos de metástase do melanoma estão cada vez mais avançados. "Antigamente, na fase de metástase, era oferecida a quimioterapia, mas o melanoma respondia mal", conta. Assim, o comprimido vemurafenib, lançado recentemente, é uma esperança aos pacientes. "Essa droga age em uma mutação do gene B-Raf, que ocorre em 60% dos casos de melanoma. A droga impede que as células se multipliquem desordenadamente", explica. Mas o valor do tratamento é em torno de R$ 12 mil por mês e ainda não é feito pelo SUS.

Além disso, há outros medicamentos que tratam situações de metástase, mas ainda não são autorizados no Brasil, apesar de alguns pacientes terem obtido na Justiça o direito de importar produtos.


Riscos. As pessoas que se expõem de maneira frequente e prolongada ao sol, como os trabalhadores rurais, têm maior risco de desenvolverem o carcinoma e o tumor espinocelular. "As pessoas que tomam sol ocasionalmente, mas em grande quantidade, têm tendência maior ao melanoma. Mas, com o diagnóstico precoce de qualquer um dos três, é possível a cura definitiva", afirma o dermatologista Jackson Pinto, chefe da Clínica Dermatológica da Santa Casa de Belo Horizonte e coordenador da disciplina de dermatologia da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.

Ele ainda alerta que o dano provocado pelo sol é acumulativo. "As pessoas mais velhas têm maior risco, mas as pessoas jovens, se tomarem muito sol, também terão", alerta, recomendando cuidados com a pele durante todo do ano.

"As radiações A e B variam muito pouco durante o ano. A pele funciona como copo debaixo da torneira pingando. Quando copo enche aparece o câncer. Cada vez que se previne, usa o protetor solar, impede essas gotas no copo. Por isso a proteção tem que ser constante", diz.

Fonte: http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=216023,OTE&busca=campanha%20nacional%20faz%20alerta%20de%20preven%E7%E3o%20ao%20c%E2ncer%20de%20pele&pagina=1

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