Preservação vale recompensa

Lucas Machado de Sales é proprietário da pousada Verdefolhas, que fica em uma área de 30 mil m², em Brumadinho. Deste total, 23 mil m² são preservados, ou seja, não abriga nenhuma atividade. Mas o IPTU é cobrado pela área total. A partir do fim deste ano, o empresário poderá receber pelos serviços de conservação ambiental prestados. Ele é um dos 50 pré-cadastrados no Projeto Oásis, que chega à Minas Gerais na região da Serra da Moeda, em Brumadinho, mas tem grandes chances de ser estendido para outras regiões do Estado. 



Trata-se de um programa que remunera proprietários que conservam suas áreas naturais e de mananciais ou adotam boas práticas de uso e conservação do solo. "Nós preservamos 23 mil m² de Mata Atlântica e temos oito nascentes, fico muito feliz de saber que nossos serviços serão reconhecidos. Esse dinheiro já vai ajudar a pagar o IPTU", afirma Sales. 

O projeto é desenvolvido pela Fundação Grupo Boticário, que implantou o programa pela primeira vez em 2006, em São Paulo. A fundação é responsável pelo suporte técnico, contratação e premiação. "Brumadinho foi escolhido pela relevância da biodiversidade da Serra da Moeda e por abrigar sub-bacias do rio Paraopeba, importantes para o abastecimento de água de toda a região metropolitana", explica o coordenador de estratégias de conservação da fundação, André Ferreti. 

Ele explica que, em Minas Gerais, o projeto tem parceria com a Associação Mineira de Defesa do Meio Ambiente (Amda), responsável pelo cadastramento, e do Ministério Público de Minas Gerais, que é o gestor dos recursos que serão usados na remuneração dos proprietários.

Segundo Ferretti, o Projeto Oásis começará em Minas Gerais com um recurso de R$ 2 milhões para os pagamentos por serviços ambientais. "São recursos provenientes de medidas compensatórias, que uma empresa paga por danos que a atividade vai causar na região onde atua", explica o coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Defesa do Meio Ambiente, Patrimônio Cultural, Urbanismo e Habitação, Luciano Badini.

Segundo o promotor, o Oásis terá capacidade de atender 75 produtores, só na área de Brumadinho. "Mas a intenção é ampliar o projeto para outras regiões. Ele tem muita relevância para a conservação de mananciais e cobertura vegetal e traz benefícios para toda a população", ressalta Badini. 

Segundo Ferretti, a expectativa é de que o pagamento do Oásis na Serra da Moeda já comece a ser feito até dezembro deste ano. "A remuneração é semestral e o proprietário receberá durante um período de cinco anos", explica.

Fonte: http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=210549,OTE&busca=preserva%E7%E3o%20vale%20recompensa&pagina=1





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