Igreja Católica tem perda recorde de fiéis, aponta IBGE



Estado foi, em dez anos, de um público gospel de 2,4 milhões para 3,9 milhões


Apesar de a religião católica ainda ser predominante em Minas e no Brasil, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), relativos a 2010 e divulgados ontem, mostraram que o país é cada vez menos católico. A queda dessa população foi recorde entre 2000 e 2010. Os seguidores do catolicismo passaram de 73,6% do total de brasileiros para 64,6%. No mesmo período, os evangélicos pularam de 15,4% da população nacional para 22,2%. Considerando os índices, o público evangélico no país passou de 26,2 milhões para 42,3 milhões, o que equivale a toda população do Estado de São Paulo.
Minas seguiu a tendência nacional e registrou, no mesmo período, um aumento de 62,4% na quantidade de evangélicos. O Estado passou, em dez anos, de uma população gospel de 2,4 milhões para 3,9 milhões. Na contramão dos evangélicos, os mineiros católicos, que antes somavam 14 milhões para uma população total de 19.597.330 habitantes, agora são 13,8 milhões. 
A pesquisa revelou ain<CW1>da que em Minas, assim como no Brasil, houve um crescimento da diversidade dos grupos religiosos. Nesse grupo, o destaque é para o crescimento dos espíritas, que passaram de uma população de 284.336 em 2000, para 419.094, em 2010, no Estado.
O especialista em ciências da religião da Pontifícia Universidade Católica (PUC Minas), Paulo Agostinho Nogueira, acredita que nessas transferências de religiões há um apelo da urbanização e também da mídia. "Hoje, as igrejas arrebanham fiéis através do rádio e da televisão". Para o padre Áureo Nogueira, da Paróquia Santa Efigênia, a perda de fiéis católicos é reflexo de um contexto cultural. "Vivemos em um mundo que enfatiza uma religião intimista, focada nos interesses pessoais. As pessoas não querem se comprometer com a comunidade, mas sim, em alcançar realizações próprias".
Para o pastor evangélico Geovane Pires, 40, essa migração de fiéis para a crença evangélica se deve ao fato de essa igreja ser mais acolhedora. "Esse acolhimento faz com que as pessoas se sintam bem e em paz. E fazemos isso da maneira mais simples, levamos os nossos fiéis a se voltarem para a Bíblia", explicou.
A constatação do pastor é confirmada pela analista administrativo Blenda Borges, 27. Ela, que era católica, se converteu à religião evangélica há cinco meses. "Hoje me encontrei espiritualmente e estou mais confortada. Antes não me sentia assim".
Dados por regiões
A redução no percentual de católicos ocorreu em todas as regiões do país, mantendo-se mais elevada no Nordeste (de 79,9% para 72,2% entre 2000 e 2010) e no Sul (de 77,4% para 70,1%). A maior redução ocorreu no Norte, de 71,3% para 60,6%, ao passo que os evangélicos, na mesma região, aumentaram sua representatividade de 19,8% para 28,5%. Entre os Estados, o menor percentual de católicos foi encontrado no Rio de Janeiro: 45,8%. O maior é no Piauí (85,1%). Em relação aos evangélicos, a maior concentração está em Rondônia (33,8%), e a menor no Piauí (9,7%).
Divisão dos públicos
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) considerou os fiéis evangélicos para o levantamento do Censo Demográfico de 2010 aqueles pertencentes às igrejas Presbiteriana, Batista, Luterana, Metodista, Congregacional, Adventista, Pentecostal, Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Testemunhas de Jeová e evangélicos sem vínculo institucional. Já para os fiéis da Igreja Católica, o instituto levou em conta os católicos da Igreja Católica Apostólica Romana, Católica Apostólica Brasileira e Católica Ortodoxa.
Fonte: http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=206473,OTE&busca=Igreja%20Cat%F3lica%20tem%20perda%20recorde&pagina=1


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