Especulações sobre o destino da coroa de Jesus


Publicação reconta os caminhos percorridos pelo símbolo religioso
Especial para O TEMPO
ANA ELIZABETH DINIZ

"E os soldados, tecendo uma coroa de espinhos, a puseram sobre a cabeça e lhe vestiram roupa de púrpura. E diziam: ‘Salve, Rei dos judeus’. E davam-lhe bofetadas". Essa foi a descrição feita por João, na Bíblia, mas e depois, o que aconteceu com o objeto do martírio de Jesus? 
 

Quem responde é o norte-americano Hanke Luce, que faz sua estreia como romancista em "A Coroa de Espinhos". O livro recém-lançado traz à tona um dos temas mais polêmicos da Igreja Católica: o destino da coroa de espinhos do Nazareno. Através dos mistérios que envolvem a relíquia considerada um grande símbolo sagrado, Hanke constrói uma trama recheada de detalhes históricos e religiosos que prende o leitor do início ao fim. 

Com habilidade, conhecimento do assunto e competência, ele se apropria do tema e cria um envolvente thriller de mistério. Mesmo sendo fictícia, a narrativa seduz pelo suspense em torno de uma longa e alucinante jornada em busca da relíquia. Tudo isso acrescido de um romance inesperado que surge no decorrer na busca pela coroa. Aventura, suspense, romance e religião: ingredientes que seguram a trama. 

O personagem principal é Nick Renna, um solitário professor universitário de história e católico desiludido, que carrega um profundo ressentimento em relação a Deus - que ele acredita tê-lo abandonado muitos anos antes. 

Sob uma promessa que fizera no leito de morte de um antigo amor, que o deixara para se tornar uma freira dominicana, Nick continuará sua busca pela coroa de espinhos.

Ao longo da obra, o autor retrata a aventura desse homem, que percorreu desde os arquivos secretos do Vaticano, em Roma, até nos Pireneus do norte da Espanha, em busca da coroa de espinhos. O que o protagonista não esperava, à medida que se aproxima da coroa, era se deparar com uma organização poderosa e implacável, que planeja se apoderar da relíquia sagrada pelo seu enorme poder.

A jornalista Ana Elizabeth Diniz escreve neste espaço às terças-feiras. E-mail:anadiniz@terra.com.br
Relíquia católica está na catedral de Notre Dame
Ao contrário do que se julga, comumente, a coroa de espinhos de Jesus não tinha a forma de um diadema, mas a de um barrete, com 21 centímetros de diâmetro, cobrindo-lhe toda a cabeça. 

A coroa permaneceu na Basílica do Monte Sião, em Jerusalém, até 1053, quando foi levada para Constantinopla. Em 1238, o Imperador Balduíno II entregou-a – juntamente com a ponta da lança de Longinus – como penhor de empréstimo contraído com bancos de Veneza. 

De comum acordo com esse imperador, são Luís IX, rei de França, resgatou a dívida e recebeu as duas preciosas relíquias. O rei canonizado construiu em Paris a Capela Santa, uma igreja de vitrais – que extasia todos quantos têm a ventura de conhecê-la. Atualmente, a coroa de espinhos está nos tesouros da Catedral de Notre Dame de Paris. Em Roma, encontra-se apenas um desses espinhos.

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