Declínio de hormônio nos homens deve ser motivo de atenção

Se a prevenção for levada a sério, não será preciso repor a testosterona



É comum ouvir falar sobre a menopausa, fase na vida da mulher em que surge uma série de problemas a partir da queda hormonal no organismo. Mas o declínio da produção de hormônios também acontece com alguns homens, sendo um fenômeno que deve ser alvo de cuidados. 

O declínio dos níveis de testosterona, principal hormônio masculino, é conhecido pelo termo Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino (Daem). "Dos 40 a 50 anos, inicia-se esse processo de diminuição (de produção de testosterona), entre 10% e 12% a cada década de vida", explica o urologista Luiz Otávio Torres, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia - Regional Minas Gerais - e ex-presidente da Sociedade Latino-Americana de Medicina Sexual.

Segundo o médico, os exames clínicos do paciente com saúde devem indicar de 175 a 780 nanogramas de testosterona por decilitro de sangue. "O ideal mesmo é que mantenha o nível médio em torno de 450 nanogramas por decilitro de sangue quando o paciente vai fazer a reposição hormonal", afirma. "Quando se vai dar hormônio para quem tem baixos índices de testosterona, é ideal é manter o nível médio", completa.

Segundo Torres, é preciso fazer reposição quando há sintomas da deficiência - como cansaço e perda do desejo sexual - e a baixa dosagem do hormônio no sangue. "São necessárias as duas condições juntas, a química e bioquímica, para oferecer a reposição", fala.

Além disso, os sintomas dos baixos níveis hormonais masculinos podem ser confundidos com outras doenças. A depressão, por exemplo, está entre os indicativos de que é preciso conferir a quantidade de testosterona no sangue.

Prevenção. O médico lembra que nem todos os homens passam pelo processo. Nesses casos, eles sequer precisam recorrer à reposição hormonal. Até mesmo aqueles que passaram dos 70 anos de idade. Por isso, o grande alerta do especialista se deve aos mecanismos de prevenção. Entre eles, é preciso prevenir - ou tratar - doenças como diabetes, hipertensão, obesidade, além de outros fatores, como a circunferência do abdômen maior que 94 cm. 

"Se o paciente evitar todos esses fatores com exercícios físicos, alimentação balanceada e com acompanhamento médico, ele estará prevenindo a diminuição do testosterona", comenta Torres.


Minientrevista
Luiz Otávio Torres
Urologista - Ex-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia – Regional Minas Gerais
O declínio do hormônio no homem é gradual?
A mulher para de produzir o hormônio e entra na menopausa. O homem não para de produzir. O que acontece é apenas uma redução da quantidade de hormônio produzida. Por isso, o termo andropausa (quando os hormônios não são mais produzidos por alguma razão médica) não é correto.

Quando é preciso fazer reposição hormonal? Como são os tratamentos?
A indicação é ter sintomas e dosagem de testosterona baixa no sangue. Existem diversos tipos de tratamento. Os mais usados no Brasil são os de forma injetável, que são mais baratos e usados entre duas e três semanas. A maneira mais recomendada de reposição é outra forma de injeção (intramuscular), a cada três meses. Mas essa forma é mais cara do que as outras.

Quanto custa?
O valor da ampola é, em média, R$ 320. Essa é a que sempre recomendo, a não ser que o paciente não tenha condições financeiras para arcar com o tratamento. Se ele parar para analisar, vai gastar pouco mais de R$ 100 por mês. A reposição deve ser feita com controle urológico e é preciso fazer exames periódicos. É importante ressaltar ainda que o médico que dá hormônio ao paciente para o nível normal não está "aumentando" nada. Acredito que o SUS ainda não tenha esse tratamento.

Fonte: http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=192540,OTE&busca=Decl%EDnio%20de%20horm%F4nio&pagina=1

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