Contra a osteoporose, a principal forma de combate é a prevenção

Especialistas discutem avanços, mas incentivam mudança de hábitos


Cerca de 10 milhões de mulheres e homens sofrem de osteoporose no Brasil. E a prevenção é a principal ferramenta de combate a essa realidade. Tal estratégia e os avanços no tratamento fazem parte de diversos temas abordados no 4º Congresso Brasileiro de Densitometria, Osteoporose e Osteometabolismo (Bradoo), que acontece até amanhã, em Belo Horizonte.

Para o idealizador do encontro, o ginecologista Bruno Muzzi Camargos, presidente da Sociedade Brasileira de Densitometria Óssea (SBDens), os próprios médicos precisam aderir à cultura da prevenção. A indicação à população é a busca por hábitos de vida saudáveis, com alimentação rica em cálcio, exposição breve e diária ao sol (fonte de vitamina D), além da prática regular de exercícios físicos.
"Qualquer exercício é melhor do que nenhum", afirma Camargos, que é chefe do serviço de densitometria óssea do Hospital Mater Dei. Segundo ele, a prática deve ser iniciada o quanto antes e com orientação para evitar lesões. "O exercício é prioritariamente importante para jovens, pois é preciso construir o pico de massa óssea até os 30, 35 anos", fala, mas defende a prática por toda a vida.
Para detectar a doença, o paciente deve realizar a densitometria óssea. "O exame não é para todos, mas para mulheres a partir dos 45 anos e homens a partir dos 55", diz.
Entretanto, o país tem diagnosticado menos do que o esperado, segundo Camargos. "Independentemente dos avanços tecnológicos, não estamos tratando o número de pessoas que mereciam. Estamos diagnosticando abaixo do que poderíamos (menos de 3% dos casos)", diz.
Para tratar a doença, o método mais comum é um comprimido que deve ser ingerido uma vez por mês. Além disso, podem ser usadas injeções a cada seis meses. "Mais do que restaurar a massa óssea, os medicamentos têm como objetivo principal prevenir fraturas", diz.

Cerca de 600 mil pessoas sofrem fraturas por ano no país. O médico explica que apesar de haver mais casos de osteoporose entre as mulheres, os homens diagnosticados têm mais complicações quando quebram ossos. "O homem só vai no urologista quando tem 65, 70 anos. O homem fuma mais, bebe mais", alerta o especialista sobre a necessidade de prevenção entre ambos os sexos.
O evento - realizado no Minascentro, no centro da capital - é considerado o maior da América Latina que aborda o tema. Cerca de 800 especialistas participam do encontro, que conta com a apresentação de médicos do país e seis internacionais. "O governo americano está investindo para diminuir a taxa de fratura. O brasileiro está acordando e ajudando a prevenir e combater", diz Camargos que aponta a desinformação como o "calcanhar de Aquiles" da osteoporose.Assim, para informar a população sobre a doença, está sendo lançada a campanha "Firme Forte Osteoporose", promovida pela SBDens, Sociedade Brasileira de Osteoporose (Sobrao) e Sociedade Brasileira para o Estudo do Metabolismo Ósseo e Mineral (Sobemom). A iniciativa tem apoio do Ministério da Saúde, International Osteoporosis Foundation (IOF) e da Federação Nacional e de Associações de Pacientes e de Combate à Osteoporose (Fenapco). Informações sobre o congresso estão no site www.bradoo.com.br.



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