Rio de Janeiro.Há quatro anos, nos Jogos Pan-Americanos de 2007, também no Rio de Janeiro, as vaias da torcida foram o ponto negativo. Argentinos, cubanos e qualquer outro adversário dos brasileiros foram "perseguidos" pela torcida verde-amarela, que foi criticada por isso.
Nos 5º Jogos Mundiais Militares, esse problema ainda não foi solucionado e chama a atenção da cidade, que sediará os Jogos Olímpicos de 2016. A torcida carioca não titubeia em apupar delegações para as quais torce contra. Foi assim com os argentinos e os norte-americanos, quando desfilaram na cerimônia de abertura.
Nas competições, jogar contra o Brasil, também é um convite às vaias. Na vitória da seleção verde-amarela feminina no futebol, os torcedores não pouparam as francesas, que não se irritaram. "Isso faz parte do jogo. No futebol, isso é comum. Em outros esportes, nem tanto", disse a atacante francesa Cynthia Ghehou, que marcou o gol de honra da sua equipe diante da seleção brasileira.
Em esportes individuais, como o salto com vara e em distância, que estarão nesses Jogos, as vaias chegam a interferir no resultado dos atletas. É que elas precisam da concentração para alcançar melhor resultado.
"Temos que mudar um pouco essa cultura no esporte brasileiro, ainda mais com eventos grandes pela frente como a Copa do Mundo (em 2014) e os Jogos Olímpicos (em 2016)", destacou a atacante Kátia Cilene, do futebol feminino brasileiro.
O capitão da seleção uruguaia de futebol, o soldado Hamilton Alvez, elogiou a postura da torcida brasileira no jogo de seu time contra a Argélia, mas sabe que as vaias podem afetar o comportamento dos atletas. "No futebol, por exemplo, os jogadores ficam mais nervosos e podem fazer jogadas mais violentas. Não concordo com vaias, ainda mais em jogos de união, como esse", comentou.
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