Indignação da educação em Caratinga

Cerca de 500 professores das inúmeras escolas estaduais de Caratinga e das diversas cidades que compõem a Superintendência Regional de Ensino, participaram de um ato público em Assembléia na quadra poliesportiva Caratinga Esporte Clube para discutirem a respeito da greve, que já dura quase um mês. Iniciada no dia 8 de junho, a greve pretende pressionar o governo do estado a pagar o piso nacional dos professores no valor de 1.597,00 reais para professores de nível médio de escolaridade e proporção na carreira para os demais cargos. 

Representantes de diversas cidades falaram abertamente das reivindicações propostas pela categoria. Segundo o Sind-ute o salário atual para quem ingressa na profissão é cerca de 369,00 reais no (ensino médio). Como ato de protesto e palavras de ordem contra o governador como “se o governo enrola, enrola não voltamos para a escola” e a “culpa é do Anastasia”, os professores seguiram em passeata pelas ruas e avenidas principais de Caratinga para protestarem. Escoltados pela polícia militar, por onde passavam os professores adquiriam apoio e aplausos da população, dentre eles comerciantes de diversos estabelecimentos, que viam a necessidade de mais investimento na educação. Pessoas que andavam próximas e curiosos viram a indignação e o descaso do governo para com os alunos e professores. O desfecho da manifestação encerrou-se às cinco horas da tarde na praça da catedral em frente à Escola Estadual local como forma da instituição aderir ao movimento. Segundo o levantamento do Sind-ute regional, cerca de 60 % (sessenta por cento) das escolas aderiram integral ou parcialmente a greve. Há também professores desempenhando atividades no interior das escolas temendo a retaliação do governo por meio de ameaça de cortes de pagamento, o sindicato alegou que a conduta da autoridade estatal ofende o direito de greve. O sétimo artigo parágrafo único da lei 7.783 de 1989 veda a rescisão e contratação no período de greve. Segundo a presidente do Sind-ute Beatriz Cerqueira a lei 11.738 de 16 de julho de 2008 estabelece o piso salarial nacional dos profissionais em educação. Ressalta ainda que no último dia 6 de abril, o Supremo Tribunal Federal julgou que o piso é o vencimento básico inicial da carreira como está inscrito no parágrafo primeiro do artigo segundo da lei. Segundo Beatriz, o subsídio forma atual de remuneração proposta pelo governo desobedece a lei do piso, ou seja, não é piso mas total de remuneração desvalorizando os servidores de carreira igualando todos no início da carreira.
Os municípios de Iapu, Bugre, Tarumirim, Vargem Alegre, Ipaba, Dom Cavati, Entre Folhas e Caratinga continuam em greve nos ensinos fundamental e médio até a decisão da última Assembléia do Sindicato, que irá ocorrer no dia seis de julho (quarta-feira) na praça central da capital mineira.










  Por Edinilson de Sousa Matias
  Professor e jornalista

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