Deputado desrespeita categoria em greve


“Pela imunidade parlamentar, acho que até posso dizer, diante do que assisti aqui, que alguns membros não estavam apenas irados, havia alguma substância. Digo isso pelo desequilíbrio que vi em alguns que estavam aqui, acredito que estavam sob a ação de algo que não seja absolutamente natural do ser humano.” (Notas taquigráficas da Audiência Pública).
Deputado Zé Maia (PSDB-MG)
Os trabalhadores em educação da rede estadual de Minas Gerais estão em greve desde o dia 08 de junho pelo cumprimento da Lei Federal 11.738/08 que estipulou o Piso Salarial Profissional Nacional já declarado constitucional pelo Supremo Tribunal Federal. No dia 29 de junho, a categoria participou da reunião da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, visando pressionar o governo e sua base aliada. Nesta reunião seria realizada Audiência Pública para discutir a dívida do Estado de Minas com a União e a categoria queria discutir a dívida do Governo de Minas com a categoria e com uma educação de qualidade.
O deputado Zé Maia (PSDB) é o presidente da comissão e presidia a reunião. Após várias provocações e ataques aos professores, desrespeitou ainda mais a categoria com a afirmação transcrita acima e que consta das notas taquigráficas da ALMG e, portanto, são oficiais, comprováveis. Para ele, a forma como servidores públicos protestavam naquela reunião só poderia se justificar pela ingestão de alguma “substância” que fosse “não natural do ser humano”.
Trata-se de uma acusação gravíssima, oficialmente registrada, de um deputado estadual dirigida à categoria como forma de desqualificação e desmoralização.
Entre um insulto e outro ele dizia que educadores e educadoras estavam “desequilibrados” e “despreparados”; que deveriam ser “trocados”, insinuando que isso seria uma condição para que houvesse negociação.
É lamentável que um deputado estadual se agarre a imunidade parlamentar e se ache no direito de usar o seu mandato para tal comportamento.
Ele deveria ficar mais atento ao que o seu partido tem feito com a educação mineira: em 2009 investiu 20,15% em educação enquanto a Constituição Federal determina o percentual mínimo de 25%, faltam 1 milhão e meio de vagas na educação básica, a privatização do ensino médio profissionalizante, pagamento de vencimento básico de R$369,00 a um professor mineiro. É esta a dívida do Governo de Minas desde Aécio Neves que o Deputado, com os insultos, tentou nos calar durante a Audiência Pública.
Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE MG)

Fonte: http://blogdabeatrizcerqueira.blogspot.com/

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