Banco Central eleva juros para 12,50% e efeito será em cascata


Brasil pratica os maiores patamares do mundo, criticam empresários

 O Comitê de Política Monetária (Copom), órgão ligado ao Banco Central, elevou ontem a taxa básica de juros, a Selic, em 0,25 ponto percentual, passando, assim, para 12,50%. Essa elevação terá pouco impacto, mesmo que modesto, nos juros das operações de crédito para consumidores e empresas, aponta a Associação Nacional de Executivos de Finanças (Anefac). 



De acordo com as simulações feitas pela Anefac, a taxa média das operações para os consumidores, atualmente em 6,80% ao mês, deve subir apenas 0,02 p.p. (para 6,82%). Entre as taxas para as pessoas físicas, os juros do cartão de crédito devem subir de 10,69% ao mês para 10,71%. Assim, a utilização do rotativo sobre o valor de R$ 1.000 por 30 dias deve passar a custar R$ 107,10 de juros - ante R$ 106,90 anteriormente.No caso dos juros para empresas, a taxa média deve subir de 3,96% para 3,98% ao mês. A taxa de juros é o instrumento utilizado pelo Banco Central para manter a inflação sob controle ou para estimular a economia. Se os juros caem muito, a população tem maior acesso ao crédito e consome mais. Esse aumento da demanda pode pressionar os preços caso a indústria não esteja preparada para atender um consumo maior.Por outro lado, se os juros sobem, a autoridade monetária inibe consumo e investimento - que ficam mais custosos -, a economia desacelera e evita-se que os preços subam - ou seja, que ocorra inflação.Com a redução da Selic, o BC também diminui a atratividade das aplicações em títulos da dívida pública. Assim, começa a "sobrar" um pouco mais de dinheiro no mercado financeiro para viabilizar investimentos que tenham retorno maior que o pago pelo governo. Se a taxa sobe, ocorre o inverso. É por isso que os empresários pedem corte nas taxas, para viabilizar investimentos, ainda mais em tempos de crise, como agora. No mercado, redução da taxa de juros viabiliza normalmente migração de recursos da renda fixa para a Bolsa de Valores.

Fonte: www.otempo.com.br

Comentários