Brasileiro tem o menor retorno do imposto que paga

O brasileiro paga muito imposto e tem pouco retorno. O sentimento da maioria das pessoas foi comprovado por uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), que pesquisou 30 países e montou uma equação com o percentual do Produto Interno Bruto (PIB) destinado a impostos, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que mede a qualidade de vida, e serviços prestados à sociedade.


Um outro levantamento, da consultoria internacional UHY mostrou também que quem tem salários altos no Brasil paga menos imposto do que os donos de bons salários em outros países. De acordo com o estudo, um profissional que recebe US$ 200 mil por ano (cerca de R$ 26,5 mil por mês) paga 26% dos seus rendimentos em imposto. Na Holanda, esse mesmo trabalhador deixaria 45% de seus ganhos nos cofres públicos.


Já os profissionais com rendimentos menores, de US$ 25 mil por ano (cerca de R$ 3.300 por mês) pagam, no Brasil, impostos de primeiro mundo. Tanto aqui, quanto na Holanda, este trabalhador é tributado em 16%. Os percentuais verificados na Holanda se repetem em outros países desenvolvidos, com França, Estados Unidos, Canadá e Japão.


O estudo mostra ainda que depois de descontado em seu salário, o brasileiro ainda sofre com a tributação indireta, que vem embutida sobre prestação de serviços, circulação de mercadorias. O tributarista Evaristo Ferreira Freire Júnior, do escritório Elcio Reis e Advogados Associados, diz que no Brasil os tributos, principalmente o Imposto de Renda, são mal distribuídos entre as faixas de ganho. "A grande crítica é que existem poucas alíquotas. Quem recebe R$ 3.800 paga a mesma alíquota do que quem tem salário de R$ 15 mil, R$ 20 mil", afirma.


Ele diz que o ideal seriam mais alíquota aplicadas a faixas com intervalos maiores de renda. "Quanto mais progressivas forem as alíquotas, maior é a justiça tributária", afirma. A alíquota do Imposto de Renda varia de 7,5% a 27,5%.
Impostos levam 34% do PIB brasileiro, aponta estudo
Os impostos correspondem a 34% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, segundo o IBPT. O percentual é menor do os 43,8% da Suécia, por exemplo, mas o retorno para a sociedade brasileira é pior. No Brasil, o IDH, indicador da Organização das Nações Unidas (ONU) para medir a qualidade de vida, é de 0,86, enquanto na Suécia é de 0,96 e no Canadá, 0,97. Quanto mais alto, melhor. "O retorno que os outros países têm em saúde e educação, por exemplo, justifica e minimiza o impacto da retirada da riqueza das pessoas", diz o tributarista Evaristo Freire.


No Brasil, alguns produtos têm carga tributária maior do que os 34%. Todo ano, em maio, entidades de classe organizam o protesto do "Dia da Liberdade de Impostos", mas, até hoje, não houve reduções. (APP)
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Fonte: www.otempo.com.br

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