Migrantes em busca do destino



O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi promete transferir para outras regiões da Itália os cerca de 6.200 imigrantes que se encontram na ilha de Lampedusa, ilha que se localiza apenas a 14 quilômetros da costa tunisiana e possui apenas 20 quilômetros quadrados, além de ser o maior ponto de entrada dos imigrantes que deixam a África. O transporte dos migrantes será feito pelos cinco navios com capacidade para transferir cerca de 18 mil imigrantes. Por enquanto, 6.200 migrantes serão transferidos para outros centros de acolhimento na Itália. A distribuição segue um critério proporcional que terá em conta o número de habitantes em cada região italiana. Para contornar a situação, a  proteção de fronteiras da União Europeia, a Frontex, está fornecendo apoio logístico à Itália. 
Migrantes do Norte da África atravessando o Mar Mediterrâneo
A crise migratória começou em Janeiro com as ondas de protesto dos países árabes do Norte da África, sobretudo na Tunísia. Este é um fato que resulta numa situação cada vez mais crítica e tensa em relação à presença dos migrantes. O primeiro-ministro italiano não exclui que alguns sejam repatriados para os seus países de origem. Mas, não é somente a Itália que está atenta para o controle da entrada de migrantes, outros  cinco países do sul da Europa, Espanha, França, Chipre, Malta e Grécia vão apresentar uma proposta em Bruxelas para que o resto da União Européia também receba imigrantes do norte da África até 2012, após os recentes episódios de violência e instabilidade na região. A proposta faz com que os refugiados e candidatos a asilo sejam encaminhados a outros países da Europa, caso cheguem em grandes números ao sul do continente. Os países também querem o estabelecimento de um fundo de solidariedade para ajudar a receber os imigrantes, essas propostas polêmicas dos seis países do sul da Europa não deverão ser bem recebidas na Grã-Bretanha e em muitos outros países do bloco.
A expectativa é de um novo fluxo de imigrantes da região em direção à Europa depois da onda de repressão a manifestações em vários países árabes. A Itália alertou que o caos na Líbia poderá desencadear um êxodo de proporções "bíblicas" de até 300 mil imigrantes. De acordo com o correspondente da BBC em Bruxelas, Chris Morris, pelo menos 1 milhão de imigrantes, muitos deles da região da África subsaariana, estariam na Líbia, tentando chegar à Europa. Muitos deles podem ser refugiados políticos, não apenas imigrantes econômicos. Com isso, a Europa tem obrigação, de acordo com acordos de proteção dos direitos humanos, de identificar os refugiados que têm direito a asilo.
Em meio ao agravamento da tensão na Líbia, o governo do líder Muamar Khadafi alertou a União Europeia de que vai suspender a cooperação para deter a imigração ilegal do norte da África, se o bloco europeu apoiar a oposição líbia.
A Líbia é considerada uma porta importante de entrada de imigrantes ilegais para a União Europeia, e o governo de Muamar Khadafi afirma que a cada ano impede que cerca de 750 mil deles atravessem o Mediterrâneo. Nos últimos anos, a Itália e a Líbia vem cooperando para interceptar barcos de imigrantes no mar Mediterrâneo. O número destes barcos caiu muito depois das interceptações. Malta e Espanha também interceptaram nos últimos meses muitos barcos com imigrantes da África. Geralmente, essas embarcações não tem condições para levar tantos passageiros, e os imigrantes arriscam suas vidas para chegar à Europa.




Por Edinilson de Sousa Matias
Estudante de Jornalismo e professor 

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